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São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2003


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ALIMENTOS

Mercado cresce 20% ao ano, em média; meta é popularizar produtos no prazo de dois anos

Orgânicos semeiam novos negócios

DA REPORTAGEM LOCAL

Abandonar a fama de "elitizados", baixar preços e passar a concorrer diretamente com marcas tradicionais de alimentos e de bebidas. Essas são as metas estipuladas para produtos orgânicos pelos empresários do setor. A idéia é atingi-la dentro de dois anos.
Por trás do plano, um histórico de crescimento médio anual de 20%, apesar das crises econômicas, é o motor de tanto entusiasmo. Em plena ebulição, o mercado de produtos fabricados sem agrotóxicos e com o mínimo de interferência industrial já não é mais restrito às frutas e verduras.
Açúcar, café, carne bovina, frango e até cachaça orgânicos são alguns dos itens que podem ser encontrados hoje nas prateleiras do país. E não deve parar por aí.
Um projeto da Doctorfood, consultoria especializada em restaurantes, em parceria com o IBD (Instituto Biodinâmico), já tem data marcada para o lançamento dos restaurantes E.C.O., com cardápio 100% orgânico, que vão operar no sistema de franquia.
A novidade será apresentada durante a sexta edição da ProNatura, feira internacional que acontecerá de 8 a 11 de outubro no Expo Center Norte, na capital (www.feirapronatura.com.br).
A própria Doctorfood é um exemplo da atratividade do segmento. "Há dois anos decidimos nos especializar em restaurantes naturais. O potencial é evidente", comenta Sérgio Chamma, 45, consultor e criador da empresa.
Ainda neste mês a consultoria inaugura um showroom em São Paulo para "disseminar a cultura de consumo orgânico". "Queremos mostrar que os restaurantes podem fazer um prato orgânico pelo mesmo preço que fariam um convencional", diz Chamma.
Para quem pensa em investir nesse nicho, possibilidades não faltam. Da produção à logística, passando por processamento e embalagem, há espaço para a atuação de novas empresas.
O requisito básico é obter uma certificação específica (veja quadro ao lado). Hoje, 650 produtores estão certificados no país e mais 3.800 pleiteiam os selos.

Cana e carne
No interior de São Paulo, um resgate de antigos métodos de produção da cachaça deu origem à marca Tiquara de aguardente orgânica. Além de usar cana-de-açúcar cultivada sem agrotóxico e despalhada manualmente, o produto é filtrado com carvão e envelhecido em barris de carvalho.
Um termômetro de que o mercado encara os orgânicos como tendência é a preocupação dos grandes em tê-los em suas gôndolas. A rede de supermercados Carrefour, por exemplo, encomendou ao frigorífico Mafrig o seu "biobeef" GJ Organic.
Em São Paulo, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) vai destinar, até o final de 2003, 1.500 m2 a bancas que vendam exclusivamente produtos sem agrotóxicos.
O galpão concentrará também etapas como embalagem e aplicação de rótulos para os itens, que devem ganhar marca própria.



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