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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003


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Centrais de negócios têm desde o formato de cooperativas até o de franquias

Tipo de união determina os benefícios

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Como não há legislação que determina como devem ser constituídas as centrais de negócios no país, surgiram diversas formas para pôr o modelo em prática.
Parcerias informais, cooperativas, associações sem fins lucrativos, empresas de sociedade limitada e até mesmo franquias operam hoje no Brasil como centrais de negócios. Na hora das compras, considerada o pontapé inicial para o crescimento das centrais, entretanto, aparecem as limitações de cada formato.
Se as parcerias informais enfrentam diversas dificuldades para obter vantagens com alguns fornecedores, que querem provas do acordo entre os empresários, as cooperativas, formadas por empresários (pessoas físicas) só conseguem adquirir produtos com vistas ao consumo final.
Nas associações, as reclamações são sobre a impossibilidade de constituir um único centro de compras, com depósito conjunto, pois é preciso faturar todas as mercadorias individualmente.
As sociedades limitadas, por sua vez, alegam que o maior problema que encaram é a bitributação, já que novos impostos são pagos quando a central repassa os produtos aos seus membros.
Já as franquias, que têm legislação própria, têm de abrir mão de boa parte da flexibilidade das ações -tida como o maior atrativo das centrais de negócios.
"Há diversos empecilhos para o crescimento", afirma Edison Tamasia, 41, que representa 25 centrais de negócios no ramo farmacêutico. "Como não há legislação, cada um faz de um jeito. Dependendo do ICMS do Estado, um formato pode compensar mais do que o outro", explica.
Segundo ele, por causa dos tributos, dentro de cerca de 7.000 produtos comercializados pela FarmaVip, somente cerca de cem, da área de perfumaria, são efetivamente comprados pela central (empresa) e revendidos para os membros mantendo as vantagens de preço.
"É uma fase ainda incipiente, mas isso vai se tornar um ponto crítico lá na frente. Todos [os formatos] não podem estar no mesmo barco", aponta o consultor João Francisco Kasper, que atua na área de supermercados.
Além dos obstáculos externos, cabe aos empresários superar as desavenças para caminhar juntos. "Não é difícil organizar [uma central]. O problema é manter o grupo e crescer, pois isso exige a participação de todos", ensina Benedito Zurita, gerente do núcleo de ações associativas do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo). "É preciso fazer concessões e abrir mão de algumas coisas", pondera.

Serviços
Segundo pesquisa no setor varejista, os serviços mais utilizados pelos associados das centrais são, respectivamente, as negociações com fornecedores (87,6%), os panfletos de propaganda (73,6%), a padronização de fachada (61,2%), a propaganda no rádio (60,2%), a orientação sobre mix de produtos (56,7%), a comunicação interna da loja (56,2%), a propaganda na TV (54,7%), o treinamento de pessoal (53,2%), o layout da loja (52,2%) e a publicidade em jornais (50,7%).
A utilização desses serviços, no entanto, muitas vezes depende apenas da criatividade dos associados. Convênios entre centrais de negócios de ramos distintos e vantagens na contratação de seguros ainda são benefícios pouco explorados, segundo o Sebrae-SP.



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