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São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 2003


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Com associações, empreendedores buscam saídas para tecnologia obsoleta e escassez de mão-de-obra

Obstáculos conduzem à cooperação

FREE-LANCE PARA A FOLHA

As ações de cooperação entre empreendedores de um mesmo setor partem, na maioria dos casos, de uma dificuldade comum, como falta de mão-de-obra e necessidade de ampliar mercados ou de adotar novas tecnologias.
Esse é o caso do pólo de móveis coloniais de Itatiba (a 90 km de São Paulo), que atingiu seu auge no final dos anos 70, mas que desde a década de 90 vem amargando uma queda nas vendas.
"Temos uma qualidade indiscutível, mas o trabalho é quase artesanal e com design antiquado", reconhece a empresária Adriana Bugi, 30, da Decorart's, empresa associada ao pólo. Para recuperar o mercado, diz ela, os empresários sentiram a urgência de adotar novas tecnologias e design.
No ano passado, entidades como Sebrae, Senai, associação comercial e prefeitura, além dos empresários, deram a largada para um programa de desenvolvimento tecnológico e de formação de mão-de-obra. "Mais de 40 pequenos empresários já se inscreveram no programa", comenta o gerente regional do Sebrae, Vadson Bastos do Carmo.
"Estamos buscando um estilo que identifique a produção do município", acrescenta Bugi. A parceria, segundo ela, pode aprofundar-se e chegar até a compra conjunta de matéria-prima.

Soluções
A necessidade de tecnologias mais avançadas e competitivas fez com que um grupo de empresários do setor de jóias de São José do Rio Preto (a 451 km de São Paulo) se organizasse para buscar soluções nesse sentido.
"Só quando as entidades do setor se uniram, foi possível realizar um projeto de desenvolvimento competitivo", explica Jacob Blumer, 50, da Associação dos Joalheiros do Estado de São Paulo.
Blumer diz acreditar que a exigência do mercado levou à cooperação. "É preciso atingir uma dinâmica mais rápida entre a criação e a produção, o que só acontece com tecnologias avançadas."
A formação do pólo joalheiro permitiu a organização de duas feiras anuais na cidade e a criação de um centro de formação de mão-de-obra em parceria com o Senai. Além disso, está em projeto a construção de um condomínio de várias indústrias do setor sob um só esquema de segurança.
"O associativismo é uma forma de buscar treinamento, de detectar nichos de mercado, de agregar novas tecnologias e de dar ferramentas para que o setor se fortaleça", descreve o consultor Américo Pontes, 33. (SÍLVIA FREIRE)


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