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Com associações, empreendedores buscam saídas para tecnologia obsoleta e escassez de mão-de-obra
Obstáculos conduzem à cooperação
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As ações de cooperação entre
empreendedores de um mesmo
setor partem, na maioria dos casos, de uma dificuldade comum,
como falta de mão-de-obra e necessidade de ampliar mercados
ou de adotar novas tecnologias.
Esse é o caso do pólo de móveis
coloniais de Itatiba (a 90 km de
São Paulo), que atingiu seu auge
no final dos anos 70, mas que desde a década de 90 vem amargando
uma queda nas vendas.
"Temos uma qualidade indiscutível, mas o trabalho é quase artesanal e com design antiquado",
reconhece a empresária Adriana
Bugi, 30, da Decorart's, empresa
associada ao pólo. Para recuperar
o mercado, diz ela, os empresários sentiram a urgência de adotar
novas tecnologias e design.
No ano passado, entidades como Sebrae, Senai, associação comercial e prefeitura, além dos empresários, deram a largada para
um programa de desenvolvimento tecnológico e de formação de
mão-de-obra. "Mais de 40 pequenos empresários já se inscreveram no programa", comenta o gerente regional do Sebrae, Vadson
Bastos do Carmo.
"Estamos buscando um estilo
que identifique a produção do
município", acrescenta Bugi. A
parceria, segundo ela, pode aprofundar-se e chegar até a compra
conjunta de matéria-prima.
Soluções
A necessidade de tecnologias
mais avançadas e competitivas fez
com que um grupo de empresários do setor de jóias de São José
do Rio Preto (a 451 km de São
Paulo) se organizasse para buscar
soluções nesse sentido.
"Só quando as entidades do setor se uniram, foi possível realizar
um projeto de desenvolvimento
competitivo", explica Jacob Blumer, 50, da Associação dos Joalheiros do Estado de São Paulo.
Blumer diz acreditar que a exigência do mercado levou à cooperação. "É preciso atingir uma dinâmica mais rápida entre a criação e a produção, o que só acontece com tecnologias avançadas."
A formação do pólo joalheiro
permitiu a organização de duas
feiras anuais na cidade e a criação
de um centro de formação de
mão-de-obra em parceria com o
Senai. Além disso, está em projeto
a construção de um condomínio
de várias indústrias do setor sob
um só esquema de segurança.
"O associativismo é uma forma
de buscar treinamento, de detectar nichos de mercado, de agregar
novas tecnologias e de dar ferramentas para que o setor se fortaleça", descreve o consultor Américo
Pontes, 33.
(SÍLVIA FREIRE)
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