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Fabricante de baterias pede intervenção
DA REPORTAGEM LOCAL
"O problema no setor não será
resolvido com salvaguardas", opina o diretor de relações internacionais da Abinee (Associação
Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica), Humberto Barbato.
De acordo com ele, a indústria
-que presenciou aumento de
23% nas importações no ano passado, contra um crescimento de
3% nas exportações- tem como
principal inimigo o contrabando.
"Os produtos entram ilegalmente no país. A fiscalização, aliada a medidas governamentais que
possam baixar os preços, é uma
das melhores alternativas para
enfrentar a concorrência desleal."
É por isso que a associação não
entrou com um pedido formal de
restrição às importações. No entanto, auxilia, provendo com informações, os empreendedores
que desejam protocolar uma petição para o pedido de salvaguarda.
Um dos empresários da área de
eletroeletrônica que não abrem
mão de medidas protecionistas é
o sócio-diretor da Enerbrax Acumuladores José Luiz Miranda Simonelli. Fabricante de baterias, a
empresa tenta disputar mercado
com itens importados que chegam a custar um terço do valor
cobrado pelas firmas nacionais.
"Vamos apresentar o pedido de
salvaguarda na próxima semana", afirma Simonelli.
Para o empresário, a adoção de
taxas de importação mais elevadas para os produtos aliviaria o
aperto financeiro pelo qual o setor
passa. Os itens estrangeiros, que
não abocanhavam mais de 30%
do mercado até 2000, atualmente
representam 70% dos produtos
comercializados no Brasil.
"Hoje, estamos trabalhando
com margens quase negativas",
lamenta Simonelli. O empreendedor ressalta que não se trata de falta de competitividade da indústria nacional, já que "o brasileiro
tem criatividade para concorrer
com os produtos contrabandeados e investe em qualidade e em
diferenciais, como argumentação
de vendas e assistência técnica".
"Os produtos que vêm de fora
não conseguem competir em
qualidade. Mas não temos como
fazer frente ao preço dessas mercadorias importadas", ressalta.
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