São Paulo, domingo, 21 de julho de 2002


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FINANÇAS

Instituições antecipam valor a ser recebido nesse tipo de pagamento; juro chega a 3,2% ao mês

Banco adianta venda feita no cartão

MIRELLA DOMENICH
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Bancos querem reforçar o rol de clientes entre pequenos e médios empresários em suas linhas de antecipação de valores a serem recebidos no cartão de crédito.
Nesses programas, as instituições financeiras adiantam o dinheiro que o comerciante tem a receber com as vendas no cartão _e que normalmente demoraria 30 dias para entrar no caixa.
O HSBC, por exemplo, decidiu fazer uma campanha publicitária nacional divulgando a redução em quase 50% de suas taxas de juros cobradas nessas operações.
"Trata-se de uma linha de crédito que ajuda principalmente os pequenos empresários a reforçar o seu capital de giro", explica Paulo Renato Steiner, diretor de "small business" da instituição.
Conhecido no mercado financeiro como antecipação de recebíveis no cartão de crédito, o serviço é oferecido por diversos bancos (confira alguns no quadro).
Em troca do adiantamento dos valores relativos a vendas realizadas no cartão de crédito, os bancos cobram juros de acordo com o prazo de antecipação e com a relação que a empresa tem com o banco _em outras palavras, com as negociações com o gerente.
Há também a operação de antecipação futura, baseada na média das vendas dos três últimos meses da empresa no cartão de crédito.
Por serem operações tidas como mais seguras para os bancos, os juros cobrados nessas situações costumam ser menores do que em outras operações de crédito (variam de 1,8% a 3,2% ao mês), devido à garantia real de recebimento do empréstimo.
"As operações de antecipação no cartão de crédito são saudáveis para o banco e para a empresa", diz Celso Mugnela, 45, diretor-adjunto de empréstimos para pessoa jurídica do banco Real.
Para os analistas financeiros, é importante avaliar a situação.
"Em um ano, esses juros equivalem a quase 40%, e nenhum negócio rende isso", diz Keyler Carvalho Rocha, diretor-vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Exe­ cutivos de Finanças. Se não der para ficar sem dívida, ele sugere embutir os juros no preço do produto e parcelá-lo para o cliente.



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