São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2007


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A JÓIA DA COROA

Fora das passarelas, lojistas aderem ao rock como tendência

Fenin traz as coleções que devem ir para as vitrinas

Divulgação
Coleção apresentada na Fenin, realizada na semana passada

BÁRBARA CASTRO
ENVIADA ESPECIAL A GRAMADO (RS)

O rock em várias de suas fases e os desfiles da temporada serviram de inspiração para aquecer os negócios de diversas empresas expositoras da Fenin (Feira Nacional da Moda Inverno), que aconteceu na semana passada em Gramado (RS).
Para atrair clientes, houve quem combinasse o estilo das roupas com o ambiente "grunge", com direito a palco e bar. Foi o caso da Monnari Jeans, dirigida por Orlando Molinari.
"O maior termômetro do sucesso do estande são os lojistas. Para que o sucesso seja garantido, em vez de trazer roupas "circenses", adaptamos as tendências à realidade", conta. Os jeans da coleção trazem cores escuras e lavagens diversificadas. Foram utilizados ainda muito couro, lycra e metais.
O público infantil é outro que deve embarcar na onda do rock. "Hoje em dia, as crianças querem ser tratadas como gente grande", disse Germano Costa, gerente de vendas da Malharia Brandili. Neste ano, a empresa apresentou aos seus clientes o licenciamento da Tutti Cuti, uma marca que, segundo ele, é "sucesso garantido" e que já é famosa nos EUA e na Europa.
Traduzindo-se em muito brilho, o estilo "glam rock" foi o destaque feminino em La Rossi, Xica Bandida e Gata Bakana.
A cartela de cores de seus catálogos teve inspiração em decorações de castelos medievais. Cintos largos, dourados e cravejados de pedrarias contornam os quadris dos manequins e as meias-arrastão finalizam o "look" sexy e descolado com shorts, minissaias e botas que atingem a altura do calcanhar.

Tempo de depuração
Se o rock fez sucesso entre os lojistas, o mesmo não aconteceu com a tendência das passarelas trazida pelos expositores.
Polainas, saias-balonês e meias-arrastão -bastante evidentes na última edição da Fashion Rio-, por exemplo, não estavam na lista de compras de José Carlos Pittol, dono de uma rede de lojas no Sul.
"As pessoas procuram roupas que se adaptem a seu estilo. São poucos os que seguem as tendências de moda. Não me guio por isso [pelas tendências] para não ter prejuízo", diz.
O proprietário da Medi Tricot, Edson Perottoni, conta que os clientes ainda são conservadores no momento da compra.
"Eles não são especializados em tendências da moda, mas em negócios. Compram o que acham que vai ter mais saída. Se um cliente leva dez peças mais tradicionais, proporcionalmente, leva uma saia-balonê."
Para Maria Letícia Pavan, da Maria Pavan, leva tempo até que as tendências caiam no gosto do público. "As pessoas têm resistência à inovação. No ano passado, todo mundo resistiu ao bolero, mas ele se tornou um sucesso de vendas. Acho que esse será o destino das polainas", afirma Pavan.
Como Perottoni, ela também diz buscar inspiração para as coleções que vende em tendências apresentadas no exterior.


A jornalista viajou a convite da Expovest


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