FREE-LANCE PARA A FOLHA

Pagar o 13º salário dos funcionários registrados está na ordem do dia dos empreendedores. Essa é a conclusão de um levantamento feito pelo Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em novembro deste ano, com 281 micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo.
Tomando o final do ano passado como exemplo, 99% das empresas pesquisadas afirmaram ter pago todo o 13º. "Historicamente, apesar dos problemas que têm na obtenção de crédito, por exemplo, os empreendedores acabam pagando o salário extra, pois os empregados são essenciais no processo", analisa Pedro João Gonçalves, 38, consultor de economia do Sebrae-SP e um dos autores do estudo, que é anual.
Sobre o pagamento de 2003, a metade dos empresários diz ter cumprido a "lição de casa", fazendo provisões especificamente para o 13º. Considerando-se essa parcela, 17% dos empreendedores começaram a poupar em janeiro, mas a maioria deixou para se preocupar no segundo semestre: 11% começou as provisões em julho, 12%, em agosto, 10%, em setembro, 18%, no mês de outubro e 19%, em novembro.
Gonçalves diz que os sinais de desaquecimento da economia levaram a esse planejamento. "Há os que contam com o faturamento do final do ano para bancar o 13º. Mas o empresariado em geral viu que o volume de vendas estava fraco e que, se não guardasse recursos, teria dificuldades."
E completa: "O caminho mais suave para fazer o pagamento é fazer provisões ao longo do ano, e não deixar para a última hora".
Sobre dificuldades, o estudo revelou que 52% dos pesquisados afirmam que pagar o 13º em 2003 foi mais difícil do que no ano passado, enquanto que, para 38%, o nível de dificuldade foi o mesmo. "Isso reflete a queda nas vendas. O faturamento real das micro e pequenas caiu 18,9% em outubro em relação a 2002", conclui o consultor do Sebrae-SP. (PL)


Texto Anterior: Capitalização: Ir à Bolsa requer "preliminar"
Próximo Texto: Mercado: Design inova para atrair pequenas
Índice