São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002


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Sorveterias encaram ebulição

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Mesmo em pleno inverno, pode ser a hora de pensar em abrir um negócio no setor de sorvetes. O mercado, por sinal, registra altas temperaturas com a expansão das redes e a recente chegada da marca Kibon ao ramo das franquias.
De acordo com um levantamento realizado pela consultoria ACNielsen, as unidades do setor cresceram, em média, 11% ao ano no período entre 1996 e 2000.
Mais nova integrante do segmento, a Kibon decidiu lançar a franquia Kibon Soft Ice para comercializar três sabores.
A rede adotou duas opções de investimento: montar um quiosque ou partir para a parceria. Essa última engloba o "co-branding" (convivência com outras marcas) e a possibilidade de instalar uma máquina em um empreendimento já existente, em qualquer setor.
"É uma aposta em um mercado que está crescendo e pode ser mais explorado", afirma Gerson Keila, 48, presidente da Master Brasil, franqueadora do sistema.
O consumo de sorvetes no país é considerado baixo por especialistas, que vêem possibilidades de ampliá-lo. No ano passado, foi de 3,1 l per capita, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação.
Na Noruega e na Holanda, a média chega a 26 l e nos Estados Unidos, a 20 l per capita, de acordo com levantamento da Kibon.

Sofisticados
Um nicho a ser explorado é o de sorvetes diferenciados. "O de sabores tradicionais apresenta grande concorrência, e o preço cai muito", avalia Claudemir Galvani, diretor da Meta Consultoria.
As franqueadoras que preenchem esse requisito querem abocanhar uma fatia cada vez maior do mercado. A Fredissimo, por exemplo, tem dez unidades franqueadas e pretende atingir a marca de 25 até o final do ano.
Anette Trompeter, diretora-executiva da Associação Brasileira de Franchising, vê uma tendência maior à abertura de quiosques. "O investimento inicial é menor, mas os lucros também."
Marcello José Faro, 35, optou por esse formato e abriu um quiosque da Fredissimo em um shopping. O investimento foi de R$ 100 mil. "O faturamento já cresceu 30% desde que comecei."

Táticas para o inverno
Uma grande preocupação de quem vai se dedicar a esse tipo de negócio é como não entrar literalmente "numa fria" quando chega o inverno, e as vendas caem.
Roberto Mantelli, 34, sócio da Gelateria Italiana, no mercado há dois anos e meio, usou a diversificação como saída. "A loja vende também doces e chocolates, para não deixar o faturamento cair."
Já Faro diz que no inverno ganha 5% a menos do que no resto do ano e que nesta época o mais adequado é oferecer sorvetes à base de leite, e não de água.
Outro diferencial está na gama de escolha de sabores e sua constante renovação. Mas sem exageros. "Essa reciclagem deve ter limites, porque o cliente é fiel e sempre se atém a quatro ou cinco sabores", aconselha Mantelli.


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