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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003


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MERCADO

0 Setor prevê produção recorde de 1 milhão de veículos até o fim do ano, 16% mais do que em 2002

Motos aceleram na contramão da crise

ALEXANDRE SAMMOGINI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Enquanto os pátios das montadoras de carros estão cheios devido à queda nas vendas dos últimos meses, os fabricantes de motocicletas não têm do que reclamar. Mesmo com o desaquecimento da economia, os setores de motos, motopeças e acessórios seguem em ritmo acelerado.
As vendas de motos devem fechar o ano com um crescimento de 16% em comparação a 2002, atingindo a histórica produção de 1 milhão de unidades novas, segundo previsão da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Bicicletas).
"A moto é o meio de transporte mais adequado para quem não tem condições de comprar um carro e não possui acesso a um financiamento bancário", afirma Yuji Horie, 51, presidente da Abraciclo. O setor passa por um processo contínuo de expansão desde 1999, quando a produção nacional beirava meio milhão de unidades (veja quadro ao lado).
"É um contraste, pois enquanto a economia está praticamente paralisada, o setor de motopeças continua aumentando a produção", completa Orlando Leone, 42, presidente da Anfamoto (Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças).
O setor de motopeças cresce em média 25% ao ano desde 2000. No ano passado, registrou expansão de 29% em comparação a 2001. O aumento do número de lojas e de oficinas aparece na esteira do fenômeno, devido à necessidade de manutenção da frota, que é cada vez mais numerosa.

Popularização
A utilização do veículo cresce entre quem tem menor poder aquisitivo e entre os que optam por consórcio -forma que responde hoje por cerca de 50% das vendas de zero-quilômetros.
Os negócios de motofrete, motoboy, delivery e outros também não param de crescer. Existem hoje cerca de 3.000 empresas de motofrete na Grande São Paulo, que possuem frota de até 50 mil motos, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo (Setcesp).
No interior do país e na região Nordeste, a moto já é importante meio de locomoção. "Nas áreas rurais, as motos estão substituindo os cavalos e os jegues", compara Pedro Freire, 57, presidente da AssoHonda (Associação das Concessionárias Honda).


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