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Reid G. Hoffman

O rei das conexões nas mídias sociais

Por EVELYN M. RUSLI

MOUNTAIN VIEW, Califórnia - Todo mundo quer um pouco de Reid Hoffman.

Ele fez fama e fortuna como cofundador do LinkedIn, uma rede de contatos profissionais. Mas também despontou como o homem para quem os empreendedores da web ligam quando sonham, digamos, em se tornar o próximo Reid Hoffman.

Hoffman, 44, é sócio da empresa de investimentos Greylock e atua nos conselhos de oito empresas, inclusive a Zynga, mais badalada criadora de games da internet. Está envolvido também com três ONGs.

E há o LinkedIn, que ele fundou em 2002. Seis meses após lançar ações, a empresa vale US$ 7,2 bilhões na Bolsa.

"Ele é a primeira parada em todo bom negócio", diz David Siminoff, que investe em tecnologia.

Acrescenta Cyriac Roeding, fundador da Shopkick: "Nunca fiz uma manobra ou decisão significativa sem consultá-lo".

Quando Hoffman fala em "escala" -jargão da web para uma rede que tem suficientes usuários a ponto de ser útil-, ele costuma evocar o matemático grego Arquimedes, que teria dito que, com uma alavanca grande, poderia mover o mundo.

"É uma metáfora precisa", diz Hoffman. "Construa um trabalho compacto com a alavanca correta, e você pode resolver um problema muito grande."

Brilhante e precoce, Hoffman foi criado em Berkeley, na Califórnia. Aos 12 anos, chegou de surpresa à sede da Chaosium, empresa criadora do RPG de fantasia "RuneQuest".

Atirou nas mãos de um desenvolvedor um manual anotado com sugestões.

Na segunda-feira seguinte, já estava trabalhando lá. Seu primeiro salário foi de: US$ 127.

Ele estava dando vazão à sua obsessão pela maneira como os sistemas sociais se agrupam. O assunto ainda o fascina.

Em 1985, ele entrou na Universidade Stanford, na Califórnia, onde se formaria em sistemas simbólicos, o estudo das relações entre a computação e a inteligência humana. Logo ficou amigo de Peter Thiel, mais tarde fundador do PayPal.

Em 1990, Hoffman foi para Oxford, fazer mestrado em filosofia. Mas rapidamente percebeu que se sentiria confinado pela vida como intelectual.

"Quando você escreve um trabalho acadêmico, ele tende a ser entendido por pouquíssima gente", afirmou. "Mas, quando você constrói um serviço, pode atingir milhões de pessoas."

Sua primeira incursão nas mídias sociais, em 1997, foi o SocialNet, voltado para os namoros virtuais. Foi um fracasso.

Em 1999, ele entrou para o PayPal. Como vice-presidente-executivo, cuidava das relações externas. Revelou-se bom para conexões, seduzindo as operadoras de cartões de crédito.

Quando o PayPal abriu seu capital, em 2002, Hoffman e muitos outros se tornaram multimilionários. Thiel esbanjou numa Ferrari. Hoffman investiu em uma das primeiras empresas de painéis solares, a Nanosolar, e comprou um Acura.

"Comecei a pensar no valor do dinheiro", diz ele. "Pensei que, se eu tivesse só US$ 75 mil, iria preferir investir em um carro de luxo ou fazer uma jogada para mudar o mundo?"

A Nanosolar se tornou um empreendimento bilionário. Hoffman continua guiando o Acura.

Hoje, o LinkedIn é um gigante em ascensão, com 1.700 empregados. A rede tem mais de 135 milhões de membros registrados em 200 países, mas alguns se perguntam se conseguirá manter esse pique por muito tempo.

Hoffman sente uma nova agitação na internet, desta vez guiada pelos dados.

Ele tem investido em empresas que são alimentadas por dados ou que trabalham com eles de formas interessantes.

Em agosto, o executivo tirou férias pela primeira vez desde 2002; hiperativo, admitiu que uma pausa poderia ser útil. "Estou funcionando com 60% da capacidade", disse.

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