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Mistérios do travesseiro

Quando um estudo divulgado no início deste ano ligou as pílulas para dormir a um aumento nos índices de câncer e morte, muitos insones provavelmente tiveram ainda mais dificuldade para dormir.

Embora as conclusões publicadas on-line na revista "British Medical Journal" indicassem apenas que há uma correlação entre ajudas para dormir, mortalidade e doença, isso não aliviou muito os americanos que usaram cerca de 60 milhões de prescrições desses medicamentos no ano passado.

"Os riscos das pílulas para dormir são reais", disse Gayle Greene, que toma essas pílulas há 30 anos. "Mas também há riscos na perda de sono crônica. Como o pioneiro cientista do sono William Dement afirmou, o sono é a previsão mais importante de quanto tempo você viverá -talvez mais importante que fumar, fazer exercícios ou terpressão alta."

De 10% a 20% da população mundial usam pílulas para dormir ou tranquilizantes, segundo a Global Industry Analysts, uma empresa de pesquisas. Ela estima que o mercado global para auxiliares do sono atingirá US$ 9 bilhões em 2015.

"É difícil ir a uma festa em Manhattan hoje em dia e não ter uma conversa com alguém sobre insônia ou os méritos relativos da melatonina e "salas de absorção de ronco", escreveu Henry Alford no "Times". Ele narra "uma diatribe ligeiramente defensiva chamada 'Por que eu recentemente comprei um colchão de US$ 60 mil'".

A missão Alford em busca de um sono melhor o levou ao Hotel Benjamin, no centro de Manhattan, que tem um zelador do sono e permite que os hóspedes escolham entre 12 travesseiros, como Trigo Sarraceno, Maternidade, Canção de Ninar, Memória Sueca e Beleza de Cetim. Também oferece massagens, lanches, máquinas de "ruído branco" e máscaras.

Os pais cansam seus filhos brincando com eles e talvez seja disso que as pessoas precisam quando envelhecem. As estatísticas de saúde americanas mostram que mais da metade dos adultos de 60 anos ou mais têm dificuldade para dormir.

Um estudo de 2011 da Universidade de Massachusetts com 22 adultos entre 65 anos e 81 anos descobriu uma forte relação entre a atividade física e a qualidade do sono, relatou o "Times". Um sono melhor não exige muita coisa, disse ao "Times" Jane Kent-Braun, a professora de fisiologia que supervisionou o estudo. "As pessoas estavam apenas se movendo, fazendo jardinagem, passeando o cachorro."

Alguns especialistas acreditam que o aumento de diagnósticos de distúrbio de hiperatividade entre crianças deve-se a distúrbios do sono não tratados.

"A falta de sono é uma agressão ao desenvolvimento do corpo e da mente de uma criança", disse ao "Times" Karen Bonuck, professora de medicina em Nova York e autora de um estudo sobre crianças e o sono.

Alguns acreditam que os colchões fabricados com metal, com sistemas de molas elaborados, faz parte do problema. A firma Coco-Mat, que tem 60 lojas em 11 países e abriu uma em Manhattan no fim de março, vende colchões feitos à mão na Grécia com materiais naturais como algas marinhas, crina de cavalo, penas de ganso, lã e fibras de coco ou cacto.

"As pessoas dormem sobre molas há cerca de 50 anos", disse ao "Times" Paul Elfmorfidis, fundador da Coco-Mat. "Mas durante milhares de anos antes disso a humanidade dormiu em camas não metálicas." Seu colchão mais caro custa apenas US$ 27 mil.

TOM BRADY
Envie comentários para nytweekly@nytimes.com

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