São Paulo, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

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Descobertas

Origens havaianas

A teoria predominante para a origem das ilhas do Havaí é que os vulcões que as formaram são o resultado de uma pluma mantélica —a elevação de rocha quente das profundezas da terra. Mas é apenas uma teoria.
“As pessoas esperam imagens sísmicas de alta resolução”, disse Cecily J. Wolfe, da Universidade do Havaí, em Manoa. Ao mostrar como as ondas sísmicas dos terremotos percorrem o manto terrestre abaixo do Havaí, sismógrafos ajudariam muito a resolver a questão.
Mas é difícil colocar sismógrafos no oceano ao redor do Havaí. Isso foi superado agora, usando uma rede de sismógrafos recuperáveis desenvolvidos por cientistas do Instituto de Oceanografia Scripps e da Instituição Oceanográfica Woods. Os dados sustentam a ideia de uma pluma mantélica abaixo do Havaí. Ela se estende por pelo menos 1.400 km no manto terrestre.
Os pesquisadores montaram imagens tridimensionais do manto, disse Wolfe, principal autor de um trabalho a respeito, publicado em “Science”. Elas revelaram a presença da pluma.
“Isto realmente sustenta a ideia de que as plumas são características que vêm do manto inferior”, disse Wolfe.
HENRY FOUNTAIN

Do calor, um novo azul

O azul é uma cor às vezes difícil de fazer. Os pigmentos azuis do passado muitas vezes eram caros (o azul ultramarino era feito da pedra preciosa lápis-lazúli moída), tóxicos (o azul cobalto é um possível cancerígeno, e o azul da prússia pode vazar cianureto) ou tendiam a desbotar. Por isso, foi uma agradável surpresa para os químicos da Universidade Estadual do Oregon (EUA) quando criaram por acaso um novo, durável e brilhante pigmento azul.
Os pesquisadores estavam tentando fazer substâncias com novas propriedades eletrônicas, misturando óxido de manganês, que é preto, com outras substâncias químicas e aquecendo-as a altas temperaturas. Até que Mas Subramanian, professor de ciências materiais, notou que uma das amostras que um aluno havia tirado do forno era azul. “Fiquei chocado”, disse ele.
No calor intenso, quase 1.000°C, os ingredientes formaram uma estrutura cristalina em que os íons de manganês absorveram comprimentos de onda vermelhos e verdes da luz e refletiram apenas azul. Quando resfriado, o óxido contendo manganês permaneceu nessa estrutura alternativa. Os pigmentos mostraram-se seguros e duradouros, disse o cientista.
KENNETH CHANG

A migração das aves

Para estudar aves, cientistas da Suécia lhes prenderam etiquetas que captam dados de GPS e os transmitem para um satélite. Eles obtiveram informações valiosas sobre como as aves de rapina conseguem migrar através do Saara, da Suécia até o leste da África.
Roine Strandberg e Raymond H. G. Klaassen, da Universidade de Lund, e seus colegas acompanharam 90 voos trans-saarianos de várias espécies de aves de rapina. Como relataram em “Biology Letters”, a distância que elas percorreram de uma ponta a outra do deserto foi de 1.600 km.
Os pesquisadores descobriram que em 40% dos voos havia evidências de comportamento estranho —as aves diminuíam a velocidade, paravam durante uma hora ou mais, mudavam de curso ou o invertiam.
Também ocorriam mortes, especialmente entre aves jovens. A mortalidade adulta era de apenas 2%, segundo os pesquisadores, mas os adultos enfrentavam outro problema: os que se atrasavam por causa do clima tinham menos chance de se acasalar do que os que chegavam ao ninho em tempo.
HENRY FOUNTAIN


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