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Os observadores
A conferência anual de ombudsmans coincide com as comemorações dos dez anos na internet do Observatório da Imprensa
(www.observatoriodaimprensa.
com.br), principal organização
de monitoramento da mídia
brasileira.
É curioso que os personagens
principais dos dois eventos, Folha
e Alberto Dines, tenham estado
juntos na primeira experiência de
crítica da imprensa, o "Jornal dos
Jornais", editado por ele na Folha
de 1975 a 1977.
Lá se vão, portanto, 30 anos.
Três décadas de grandes transformações no Estado brasileiro, na
sociedade e na imprensa. O país
saiu de uma ditadura militar para
um regime democrático, e uma
das mudanças mais interessantes
a que assistimos é exatamente no
relacionamento da sociedade
com os meios.
A imprensa vive hoje sob saudável pressão dos seus leitores, telespectadores e ouvintes e da sociedade. Um dos instrumentos de
pressão disseminados a partir da
segunda metade da década de
1990 são os institutos de monitoramento.
No Brasil, a referência principal
é o Observatório da Imprensa,
mas outros institutos conseguem
aos poucos se firmar, como a
Agência de Notícias dos Direitos
da Infância, a Transparência Brasil, o Observatório Brasileiro de
Mídia, o Laboratório Doxa e o
Centro de Estudos de Segurança e
Cidadania, para citar os que conheço por já ter recorrido a eles.
São iniciativas que surgem como questionamento ao modelo
de comunicação altamente concentrador de que dispomos e por
entenderem que a imprensa tem
um papel fundamental na construção da cidadania. Por isso, eles
vigiam a cobertura jornalística de
temas como desigualdade social,
corrupção, violência e processo
eleitoral.
A imprensa ainda não está acostumada a escutar essas novas vozes e freqüentemente procura ignorá-las ou desqualificá-las.
Não acho que elas estejam sempre certas nas críticas que fazem,
principalmente quando se deixam contaminar por visões partidárias, mas devem ser ouvidas.
Elas expressam pontos de vistas
diferentes dos que predominam
nas redações, procuram fazer
uma crítica objetiva a partir de
levantamentos estatísticos e
de tendências e, mais importante,
têm como objetivo melhorar os
veículos.
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Marcelo Beraba é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2004. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
Cartas: al. Barão de Limeira 425, 8º andar, São Paulo, SP CEP 01202-900, a/c Marcelo Beraba/ombudsman,
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