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ESCOLA BASE
A imprensa condenada
A Folha foi condenada na
quinta-feira, em segunda instância, a pagar R$ 750 mil de
indenização ao casal proprietário da Escola Base e ao motorista que servia ao colégio.
Os três foram acusados, em
1994, pela polícia de São Paulo,
de abuso sexual de crianças
que estudavam na escola.
As acusações foram amplamente divulgadas pela imprensa. Os acusados foram
ameaçados de morte e a escola
foi depredada e faliu.
Depois se comprovou que as
acusações eram infundadas e
os três foram inocentados. Eles
entraram com ações por danos
morais contra o governo paulista (ganharam em todas as
instâncias) e contra as principais empresas jornalísticas.
A Folha, o "Estado de S.Paulo" (indenizações de R$ 250
mil para cada uma das três vítimas) e a "IstoÉ" (R$ 200 mil)
perderam em segunda instância. A TV Globo perdeu em
primeira instância (1.500 salários mínimos para cada um). A
rádio e a TV Bandeirantes e o
SBT ganharam em primeira
instância, mas as sentenças foram anuladas e haverá novos
julgamentos. A Editora Abril
aguarda julgamento. Em todos
os casos ainda cabem recursos.
No caso da revista "IstoÉ",
um juiz considerou que não foi
emitido juízo de valor, os fatos
não foram exagerados e a culpa pelo chamado "linchamento moral" foi da autoridade
policial. Mas esse não foi o entendimento dos outros desembargadores, e a revista perdeu.
No caso da Folha, os desembargadores ignoraram o argumento de que a cobertura teve
como base informações oficiais de um delegado e um laudo técnico. Segundo o "Consultor Jurídico", a Justiça entendeu que "o direito de informação e a liberdade de imprensa se sustentam no cuidado com a honra e dignidade
das pessoas".
Esse é um caso tão emblemático que me pergunto por que
as empresas condenadas ainda
insistem nos recursos.
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