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Às vezes, notícia fraca derruba assunto forte
Nem sempre um assunto importante vale a manchete do
jornal. O que merece destaque
é a notícia, e mais valiosa ela será se tratar de assunto importante. No domingo passado, o
título principal da primeira página da Folha foi "Grampos indicam vendas de sentenças".
Era uma referência a gravações obtidas pela Polícia Federal e incluídas no inquérito da
Operação Têmis, que investiga
decisões judiciais suspeitas.
Nas páginas internas, não havia
uma só transcrição de impacto.
Ocorreu um procedimento
comum -mas desaconselhável- no jornalismo: deu-se visibilidade a um tema pela sua
relevância, mesmo sem o noticiário (que era carente de novidades) merecer.
É um risco que se corre em
coberturas extensivas, como a
da Operação Têmis e da sua antecessora -em uma semana-
Hurricane (Furacão, em inglês), também da PF. O desafio
é reconhecer quando a notícia
fraca derruba a agenda forte.
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Mário Magalhães é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2007. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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