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RECUPERAÇÃO AMEAÇADA
A economia norte-americana
cresceu apenas 0,7% no quarto
trimestre de 2002, após um aumento
de 4% no trimestre anterior. A pequena expansão continuou sendo liderada pelos gastos federais, sobretudo em defesa, e pela construção de
imóveis residenciais.
A despeito de a taxa de juros persistir extremamente baixa, os gastos na
aquisição de bens duráveis caíram
7,3%. Além disso, a relação entre a
poupança pessoal e a renda disponível das famílias cresceu para 4,3% no
último trimestre de 2002. As famílias
procuram aumentar a poupança para enfrentar o elevado endividamento
e o crescimento no nível de desemprego. Assim, diminui o fôlego dos
consumidores para liderar a economia norte-americana.
Durante 2002, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi
de 2,4%, melhor do que o 0,3% apurado em 2001. Todavia os principais
indicadores dos gastos empresariais
continuaram bastante negativos. Os
investimentos em estruturas produtivas se retraíram 16,4%. O acentuado movimento de desvalorização dos
ativos mobiliários também começou
a aparecer nos balanços das corporações. O conglomerado de mídia AOL
Time Warner, por exemplo, apresentou prejuízo de US$ 98,7 bilhões, o
maior da história corporativa dos Estados Unidos.
As políticas fiscal e monetária expansionistas têm permitindo a digestão dos excessos dos anos 90, evitando uma crise generalizada. Mas a
ausência de fontes privadas para ancorar o dinamismo econômico, por
ora apoiado na expansão do déficit
público, e a perspectiva de guerra no
Iraque vão desencadeando novo ciclo de baixa nas Bolsas de Valores. O
aumento no preço do petróleo e os
riscos geopolíticos podem contrair
ainda mais os gastos dos consumidores e das corporações norte-americanas. As incertezas aumentam a
possibilidade de uma nova recessão
nos Estados Unidos, o que, por conseguinte, limitaria a retomada do
crescimento mundial.
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