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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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RECUPERAÇÃO AMEAÇADA

A economia norte-americana cresceu apenas 0,7% no quarto trimestre de 2002, após um aumento de 4% no trimestre anterior. A pequena expansão continuou sendo liderada pelos gastos federais, sobretudo em defesa, e pela construção de imóveis residenciais.
A despeito de a taxa de juros persistir extremamente baixa, os gastos na aquisição de bens duráveis caíram 7,3%. Além disso, a relação entre a poupança pessoal e a renda disponível das famílias cresceu para 4,3% no último trimestre de 2002. As famílias procuram aumentar a poupança para enfrentar o elevado endividamento e o crescimento no nível de desemprego. Assim, diminui o fôlego dos consumidores para liderar a economia norte-americana.
Durante 2002, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 2,4%, melhor do que o 0,3% apurado em 2001. Todavia os principais indicadores dos gastos empresariais continuaram bastante negativos. Os investimentos em estruturas produtivas se retraíram 16,4%. O acentuado movimento de desvalorização dos ativos mobiliários também começou a aparecer nos balanços das corporações. O conglomerado de mídia AOL Time Warner, por exemplo, apresentou prejuízo de US$ 98,7 bilhões, o maior da história corporativa dos Estados Unidos.
As políticas fiscal e monetária expansionistas têm permitindo a digestão dos excessos dos anos 90, evitando uma crise generalizada. Mas a ausência de fontes privadas para ancorar o dinamismo econômico, por ora apoiado na expansão do déficit público, e a perspectiva de guerra no Iraque vão desencadeando novo ciclo de baixa nas Bolsas de Valores. O aumento no preço do petróleo e os riscos geopolíticos podem contrair ainda mais os gastos dos consumidores e das corporações norte-americanas. As incertezas aumentam a possibilidade de uma nova recessão nos Estados Unidos, o que, por conseguinte, limitaria a retomada do crescimento mundial.


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