São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002 |
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FERNANDO RODRIGUES A jogada do PFL
BRASÍLIA - Abalado com o caso Roseana Sarney, o PFL vai encontrando
o rumo. A cúpula do partido se reuniu em Brasília anteontem à noite.
Fez aquilo que a circunstância lhe facultava: não tomou nenhuma decisão sobre a eleição presidencial.
Silvio Santos também foi colocado
na mesa. O apresentador é filiado ao
PFL. Ficou com 17,8% das intenções
de voto em uma pesquisa recente para presidente da República.
Ninguém na cúpula do PFL enxerga viabilidade em Silvio Santos. O
apresentador só serve para a sigla
tentar validar seu axioma mais repetido: Lula (PT) está consolidado, José
Serra (PSDB) é inviável.
É muito cedo para verdades tão definitivas. O PFL sabe disso. Mas está
expelido do jogo. Precisa apostar em
alguma opção. Deseja carimbar em
Serra a pecha de candidato raquítico.
Se colar, colou. Negocia-se então
mais adiante uma saída menos ruim
do que a atual para a nação pefelista.
Se der errado, paciência. Pior do que
está o partido não ficará.
Se alguém duvida da capacidade
da direção pefelista de segurar a sigla
em relativa união, fica o exemplo do
enquadramento do líder do PFL na
Câmara, Inocêncio Oliveira. Há dias,
o deputado tentava aderir ao governo. Foi repreendido pela cúpula na
reunião de anteontem. Na frente de
todos. Quase uma humilhação.
Se der a lógica, o PFL perderá mais
uma. Serra pode decolar mais adiante e a cúpula pefelista perderá pontos
importantes no próximo governo.
Como o PFL não está apenas torcendo para Serra se inviabilizar, a
expectativa é saber quem será o mais
esperto nessa jogada.
O resultado parcial sai em junho.
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