São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Mais empregos, mais salários
PAULO PEREIRA DA SILVA
Estamos também atentos e participando ativamente na luta pelas reformas. A nossa proposta para a Previdência é de um teto de dez salários mínimos. Essa reforma deve, obrigatoriamente, acabar com qualquer tipo de privilégio. Isso significa tirar de poucos que ganham muito e aumentar a aposentadoria de muitos que recebem pouco. É uma justa distribuição. É inadmissível milhões de aposentados receberem um salário mínimo, enquanto alguns proventos chegam a R$ 53 mil. Consideramos também mais correto passar a contribuição da folha de pagamentos para o faturamento das empresas. Sabemos que empresas de alta tecnologia têm faturamento alto, mas contribuem pouco, pois empregam pouco. Vamos pressionar pela urgência da reforma tributária. Os tributos, hoje, devoram nada menos do que a terça parte de todos os rendimentos gerados anualmente. Não concordamos com esse assalto, porque não é possível que essa dinheirama toda de receita fiscal, mesmo sendo transformada em gastos públicos, seja incapaz de satisfazer as demandas básicas da população -segurança, saneamento básico e transporte público decente são algumas que podemos citar. Queremos que a reforma tributária acabe com essa aberração: carga tributária excessiva, imposto em cascata e serviços públicos de péssima qualidade. Desde sua fundação, a Força Sindical defende uma política governamental que, efetivamente, combata o desemprego. Defendemos há anos a redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas. Segundo estimativas do Dieese, cerca de 1,7 milhão de novos postos de trabalho poderiam ser criados com a redução. A qualificação e a requalificação profissionais também serão assunto quente dos nossos discursos. A Força Sindical já qualificou cerca de 710 mil trabalhadores que ganharam um reforço na hora de conseguir uma nova colocação no mercado. Infelizmente, o contingenciamento imposto pela equipe econômica do governo irá diminuir, e muito, esse benefício aos trabalhadores. Enfim, vamos realizar um Dia do Trabalho com shows e sorteios, mas também vamos discutir e apontar caminhos para a construção de uma sociedade mais justa. Isso é um sindicalismo moderno. Não é à toa que o prestígio da nossa central só tem aumentado. Somos uma central sindical de propostas e lutamos por um Brasil melhor, com salários dignos e mais empregos. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, 47, é presidente nacional da Força Sindical. Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES João Felicio: Participação e luta por emprego e salário Próximo Texto: Painel do leitor Índice |
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