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SIM
Fé e energia para o penta
EDUARDO MATARAZZO SUPLICY
Tenho a convicção de que o Brasil
tem tudo para se sagrar pentacampeão mundial de futebol.
Apesar das imensas dificuldades durante as eliminatórias, muito além do
normal para a qualidade do futebol brasileiro, nossa seleção chega à Coréia do
Sul nos transmitindo muita confiança.
Mesmo sem ter levado Romário, em
cuja capacidade de fazer gols muitos de
nós confiamos tanto, Luiz Felipe Scolari
montou um time excepcional, no qual
há craques de sobra para enfrentar as
melhores seleções, como as da França
ou da Argentina.
Essenciais, obviamente, são a fé e a
energia que cada um de nós brasileiros
estaremos transmitindo aos nossos jogadores. Pois sabemos o quão criativos
eles são, quão capazes são de desconcertar os mais ferrenhos adversários -da
mesma forma que o fizeram Pelé, Garrincha, Tostão e tantos outros no passado. Ronaldo, que se viu impossibilitado
de dar o melhor de si contra a França
em 1998, já está quase na sua melhor
forma física, para jogar tudo o que sabe
e que o levou a ganhar merecidamente a
qualificação de "o fenômeno".
Ronaldinho Gaúcho vem demonstrando estar no melhor de sua forma física e técnica, fazendo jogadas belíssimas. Rivaldo, recuperando-se de uma
contusão, está prestes a mostrar por que
foi escolhido mais de uma vez o melhor
jogador do mundo.
Juninho Paulista é um exemplo de fibra, técnica, dedicação -é uma beleza
como ele corre e dribla. Está presente
em tantos lugares do campo e apóia os
seus companheiros, surpreendendo perigosamente o goleiro adversário.
Já Roberto Carlos é aquele exemplo de
quem realmente parece saber tudo de
futebol, que tem a visão mais ampla do
campo, que sabe ver onde estão os seus
companheiros e justamente lançá-los
no momento preciso, para aproveitarem a melhor chance. Importante também é que sabe desarmar os adversários
com notável maestria.
Avalio que a defesa brasileira será
uma das menos vazadas nesta Copa, a
começar pelas qualidades do goleiro,
que, com frequência, tem merecido o título de "São Marcos", para desespero
das torcidas adversárias. Creio que Felipão formou uma barreira quase inexpugnável com Lúcio, Edmílson, Roque
Jr., Cafu e Emerson, com o apoio de Juninho Paulista e Roberto Carlos.
E há, entre os reservas, craques, como
o Denílson, que poderão a qualquer
momento entrar para desequilibrar o
jogo favoravelmente ao Brasil, no caso
de haver dificuldades.
Cada jogo será muito difícil, a começar da estréia, contra a Turquia. Por ser
um esporte coletivo, em que a presença
e a coordenação dos esforços dos 11 jogadores são tão importantes, o futebol
vem apaixonando cada vez mais os povos de todo o mundo. Não é à toa, pois,
que as seleções de todos os países vêm
melhorando e que estão diminuindo as
diferenças entre os times.
A bonita vitória do Senegal por 1 a 0
sobre a França é um exemplo disso. Até
mesmo ali, onde não havia grande tradição futebolística, como nos EUA e no
Japão ou na Coréia, o futebol passou para o primeiro plano.
Na segunda-feira, quase todos os brasileiros, inclusive eu, estarão com a TV
ligada já às 6h da manhã, torcendo para
que a seleção consiga se sagrar pela
quinta vez a campeã mundial.
Eduardo Matarazzo Suplicy, 60, professor de
economia da FGV-SP, é senador pelo PT de São
Paulo e líder do partido no Senado.
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