São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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SIM

Fé e energia para o penta

EDUARDO MATARAZZO SUPLICY

Tenho a convicção de que o Brasil tem tudo para se sagrar pentacampeão mundial de futebol.
Apesar das imensas dificuldades durante as eliminatórias, muito além do normal para a qualidade do futebol brasileiro, nossa seleção chega à Coréia do Sul nos transmitindo muita confiança.
Mesmo sem ter levado Romário, em cuja capacidade de fazer gols muitos de nós confiamos tanto, Luiz Felipe Scolari montou um time excepcional, no qual há craques de sobra para enfrentar as melhores seleções, como as da França ou da Argentina.
Essenciais, obviamente, são a fé e a energia que cada um de nós brasileiros estaremos transmitindo aos nossos jogadores. Pois sabemos o quão criativos eles são, quão capazes são de desconcertar os mais ferrenhos adversários -da mesma forma que o fizeram Pelé, Garrincha, Tostão e tantos outros no passado. Ronaldo, que se viu impossibilitado de dar o melhor de si contra a França em 1998, já está quase na sua melhor forma física, para jogar tudo o que sabe e que o levou a ganhar merecidamente a qualificação de "o fenômeno".
Ronaldinho Gaúcho vem demonstrando estar no melhor de sua forma física e técnica, fazendo jogadas belíssimas. Rivaldo, recuperando-se de uma contusão, está prestes a mostrar por que foi escolhido mais de uma vez o melhor jogador do mundo.
Juninho Paulista é um exemplo de fibra, técnica, dedicação -é uma beleza como ele corre e dribla. Está presente em tantos lugares do campo e apóia os seus companheiros, surpreendendo perigosamente o goleiro adversário.
Já Roberto Carlos é aquele exemplo de quem realmente parece saber tudo de futebol, que tem a visão mais ampla do campo, que sabe ver onde estão os seus companheiros e justamente lançá-los no momento preciso, para aproveitarem a melhor chance. Importante também é que sabe desarmar os adversários com notável maestria.
Avalio que a defesa brasileira será uma das menos vazadas nesta Copa, a começar pelas qualidades do goleiro, que, com frequência, tem merecido o título de "São Marcos", para desespero das torcidas adversárias. Creio que Felipão formou uma barreira quase inexpugnável com Lúcio, Edmílson, Roque Jr., Cafu e Emerson, com o apoio de Juninho Paulista e Roberto Carlos.
E há, entre os reservas, craques, como o Denílson, que poderão a qualquer momento entrar para desequilibrar o jogo favoravelmente ao Brasil, no caso de haver dificuldades.
Cada jogo será muito difícil, a começar da estréia, contra a Turquia. Por ser um esporte coletivo, em que a presença e a coordenação dos esforços dos 11 jogadores são tão importantes, o futebol vem apaixonando cada vez mais os povos de todo o mundo. Não é à toa, pois, que as seleções de todos os países vêm melhorando e que estão diminuindo as diferenças entre os times.
A bonita vitória do Senegal por 1 a 0 sobre a França é um exemplo disso. Até mesmo ali, onde não havia grande tradição futebolística, como nos EUA e no Japão ou na Coréia, o futebol passou para o primeiro plano.
Na segunda-feira, quase todos os brasileiros, inclusive eu, estarão com a TV ligada já às 6h da manhã, torcendo para que a seleção consiga se sagrar pela quinta vez a campeã mundial.


Eduardo Matarazzo Suplicy, 60, professor de economia da FGV-SP, é senador pelo PT de São Paulo e líder do partido no Senado.


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