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VALDO CRUZ
Duas medidas
BRASÍLIA - Ninguém duvida do instinto pefelista de sobrevivência. Entra governo, sai governo, o PFL sempre está ali, dentro da máquina, usufruindo das benesses advindas do fato de ser governista.
Como estamos próximos de mais
uma eleição, eles estão debatendo internamente quem pode ser o melhor
candidato de FHC. De preferência
aquele que garanta a manutenção
da tradição pefelista de permanecer
no barco que atraca no poder.
Interessante observar a análise que
eles fazem das chances de dois possíveis candidatos do governo ao Palácio do Planalto: os ministros José Serra (Saúde) e Pedro Malan (Fazenda).
Sobre o primeiro, costumam ressaltar que se trata de um nome "tecnicamente" perfeito. Um dos mais preparados para o cargo, com grande capacidade de formulação. Fazem essa
avaliação, diríamos assim, sem grande entusiasmo.
A ênfase da análise pefelista da
candidatura Serra recai sobre suas
chances eleitorais. É comum ouvir algo como "ele precisa mostrar que tem
viabilidade eleitoral". Ou "até agora,
apesar da superexposição, Serra não
decolou nas pesquisas".
Já sobre Pedro Malan, parece até
que eles estão falando do filho predileto. "Você viu como ele fez aquele
discurso fantástico na comemoração
do aniversário do Plano Real?" ou
"ele tem presença de espírito, é bom
de debate, se sairia bem na TV".
Mas e a tal de viabilidade eleitoral?
Entre Malan e Serra, a lógica indica
que aquele tem bem menos do que este. "Ah, isso a gente vê depois. Se ele
for candidato, a gente tem condições
de criar essa viabilidade eleitoral.
Com ele, é fácil."
Precisa dizer algo mais? Sim. Pragmáticos, os pefelistas não fecham
portas. Caso Serra cresça nas pesquisas, garantem, não há veto a seu nome no partido. Mesmo porque nomes
viáveis eles não têm.
Itamar reafirma sua fama de Forrest Gump. Até cirurgia vem na hora
certa para justificar o injustificável.
Uma licença de 40 dias para articular
sua candidatura.
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