São Paulo, quarta-feira, 01 de agosto de 2001

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VALDO CRUZ

Duas medidas

BRASÍLIA - Ninguém duvida do instinto pefelista de sobrevivência. Entra governo, sai governo, o PFL sempre está ali, dentro da máquina, usufruindo das benesses advindas do fato de ser governista.
Como estamos próximos de mais uma eleição, eles estão debatendo internamente quem pode ser o melhor candidato de FHC. De preferência aquele que garanta a manutenção da tradição pefelista de permanecer no barco que atraca no poder.
Interessante observar a análise que eles fazem das chances de dois possíveis candidatos do governo ao Palácio do Planalto: os ministros José Serra (Saúde) e Pedro Malan (Fazenda).
Sobre o primeiro, costumam ressaltar que se trata de um nome "tecnicamente" perfeito. Um dos mais preparados para o cargo, com grande capacidade de formulação. Fazem essa avaliação, diríamos assim, sem grande entusiasmo.
A ênfase da análise pefelista da candidatura Serra recai sobre suas chances eleitorais. É comum ouvir algo como "ele precisa mostrar que tem viabilidade eleitoral". Ou "até agora, apesar da superexposição, Serra não decolou nas pesquisas".
Já sobre Pedro Malan, parece até que eles estão falando do filho predileto. "Você viu como ele fez aquele discurso fantástico na comemoração do aniversário do Plano Real?" ou "ele tem presença de espírito, é bom de debate, se sairia bem na TV".
Mas e a tal de viabilidade eleitoral? Entre Malan e Serra, a lógica indica que aquele tem bem menos do que este. "Ah, isso a gente vê depois. Se ele for candidato, a gente tem condições de criar essa viabilidade eleitoral. Com ele, é fácil."
Precisa dizer algo mais? Sim. Pragmáticos, os pefelistas não fecham portas. Caso Serra cresça nas pesquisas, garantem, não há veto a seu nome no partido. Mesmo porque nomes viáveis eles não têm.

 

Itamar reafirma sua fama de Forrest Gump. Até cirurgia vem na hora certa para justificar o injustificável. Uma licença de 40 dias para articular sua candidatura.



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