São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2000

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DISPUTA ACIRRADA

Há muito tempo a cidade de São Paulo não se depara com uma situação de disputa tão acirrada pelo cargo de prefeito. Se a candidata do PT, Marta Suplicy, mantém a preferência de cerca de 30% do eleitorado, o segundo lugar, de acordo com recente sondagem do Datafolha, nunca esteve tão indefinido.
Quatro candidatos dividem, em torno de 12%, a preferência do eleitorado: o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB), o vice-governador licenciado Geraldo Alckmin (PSDB), a ex-prefeita Luiza Erundina (PSB) e o senador Romeu Tuma (PFL). Com os dois maiores tempos de exposição no horário eleitoral gratuito, a candidatura de Alckmin, especialmente, e a de Tuma galgaram vários pontos nas pesquisas. Por ora o jogo das alianças partidárias celebradas antes de a campanha começar, que definiu o tempo de cada candidato, parece mostrar resultados mais evidentes.
Porém ainda está em segundo plano um dos aspectos mais importantes para a maltratada cidade de São Paulo. Trata-se dos diagnósticos e das propostas dos candidatos para os principais problemas da capital. A preocupação fundamental da campanha mantém-se na tentativa de transmitir uma imagem pessoal do candidato palatável ao eleitorado.
A maioria do que, com alta dose de boa vontade, se poderia enquadrar no campo das "propostas" nesta campanha carece de fundamento: ou está além das atribuições de um prefeito, ou não se coaduna com as seriíssimas restrições do erário, ou pertence ao campo do devaneio.
Com o acirramento da disputa pelo segundo lugar, seria oportuno que os candidatos buscassem fornecer esse tipo de esclarecimento à população como forma de se diferenciar do adversário. Mas já se pode sentir que o caminho escolhido será outro: o do ataque aos outros competidores. E, assim, o nível da campanha continua longe do que exigem os complexos problemas de São Paulo.


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