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DISPUTA ACIRRADA
Há muito tempo a cidade de
São Paulo não se depara com
uma situação de disputa tão acirrada
pelo cargo de prefeito. Se a candidata
do PT, Marta Suplicy, mantém a preferência de cerca de 30% do eleitorado, o segundo lugar, de acordo com
recente sondagem do Datafolha,
nunca esteve tão indefinido.
Quatro candidatos dividem, em
torno de 12%, a preferência do eleitorado: o ex-prefeito Paulo Maluf
(PPB), o vice-governador licenciado
Geraldo Alckmin (PSDB), a ex-prefeita Luiza Erundina (PSB) e o senador Romeu Tuma (PFL). Com os
dois maiores tempos de exposição
no horário eleitoral gratuito, a candidatura de Alckmin, especialmente, e
a de Tuma galgaram vários pontos
nas pesquisas. Por ora o jogo das
alianças partidárias celebradas antes
de a campanha começar, que definiu
o tempo de cada candidato, parece
mostrar resultados mais evidentes.
Porém ainda está em segundo plano um dos aspectos mais importantes para a maltratada cidade de São
Paulo. Trata-se dos diagnósticos e
das propostas dos candidatos para
os principais problemas da capital. A
preocupação fundamental da campanha mantém-se na tentativa de
transmitir uma imagem pessoal do
candidato palatável ao eleitorado.
A maioria do que, com alta dose de
boa vontade, se poderia enquadrar
no campo das "propostas" nesta
campanha carece de fundamento: ou
está além das atribuições de um prefeito, ou não se coaduna com as seriíssimas restrições do erário, ou pertence ao campo do devaneio.
Com o acirramento da disputa pelo
segundo lugar, seria oportuno que
os candidatos buscassem fornecer
esse tipo de esclarecimento à população como forma de se diferenciar do
adversário. Mas já se pode sentir que
o caminho escolhido será outro: o do
ataque aos outros competidores. E,
assim, o nível da campanha continua
longe do que exigem os complexos
problemas de São Paulo.
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