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RATIFICAÇÃO RUSSA
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que a
Rússia pretende ratificar o Protocolo
de Kyoto, o tratado internacional que
procura combater o aquecimento
gradual da Terra. Trata-se de uma
atitude importante, já que, sem a
anuência russa, o acordo não sairia
do papel. Para entrar em vigor, o texto tem de ser ratificado por ao menos
55 países responsáveis por no mínimo 55% das emissões de gases-estufa das nações industrializadas.
Como o presidente George W.
Bush decidiu boicotar o documento
em 2001, a existência do protocolo ficou ameaçada, pois os EUA respondiam, em 1990 (ano-base para o
acordo), por 36,1% das emissões de
CO2, o principal gás responsável pelo
efeito estufa, dos países ricos.
Sem a ratificação russa, o tratado
só contaria com o apoio concreto de
Estados que totalizam apenas 44%
das emissões de gases-estufa dos
países ricos. A mudança de posição
da Rússia, que, em dezembro último, indicou que não pretendia ratificar o acordo ambiental por razões
econômicas, é, portanto, crucial.
É verdade que as razões políticas
que estão por trás da intenção russa
talvez não levem tanto em conta
preocupações ambientais. Mesmo
assim, a decisão de Putin é elogiável.
Cabe agora à comunidade internacional, sobretudo à União Européia e
à ONU, pressionar os EUA a aderir
ao protocolo. Sob o comando de
Bush, porém, isso é improvável.
De qualquer modo, a entrada em
vigor do protocolo de Kyoto é vital
para a manutenção de certa qualidade de vida na Terra a longo prazo.
Mesmo que seu escopo ainda seja limitado e sua aplicação lenta, o simples fato de ele existir já constitui um
passo positivo. Esse assunto tem de
ser mantido na pauta internacional,
embora seus eventuais benefícios só
venham a ser observados em várias
décadas. Vale ressaltar, ademais, que
a atual geração tem uma responsabilidade moral pela qualidade do ambiente que deixará para seus descendentes. Um planeta pelo menos habitável é o presente que temos de legar a nossos netos e bisnetos.
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