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INOVAÇÃO EMPRESARIAL
O IBGE publicou estudo inédito
sobre investimento em inovação tecnológica no país de 1998 a
2000. A despeito do que reza o senso
comum, verificou que, dado o nível
relativo de desenvolvimento do Brasil, os dispêndios empresariais para
inovação de processos e de produtos
foram relevantes. Ainda assim, o
Brasil não vai tão bem na pesquisa e
no desenvolvimento de tecnologias e
há um sério descompasso entre as
grandes e as pequenas e médias empresas no que diz respeito ao investimento em inovação tecnológica.
No arranjo econômico que prevaleceu nos primeiros quatro anos do
Real (câmbio supervalorizado; liberdade de movimentos de bens, serviços e capitais) houve um incentivo à
inovação na área empresarial. Importar máquinas e equipamentos ficou, em tese, mais barato. Mas há
que qualificar esse "em tese": o benefício estava praticamente restrito a
grandes empresas com acesso ao financiamento externo e é bastante
provável que o que parecia barato tenha saído caro depois do fim da âncora cambial e do aumento, em reais,
dos passivos externos das empresas.
Há que considerar, também, a demora do governo federal em desenvolver programas mais alentados de
ciência e tecnologia. A criativa iniciativa dos fundos setoriais só começou
a ganhar forma a partir do ano 2000.
O antigo pleito de proteger os recursos dessa área das instabilidades orçamentárias talvez só comece ser
atendido a partir do próximo ano.
O desafio para a inovação no Brasil,
portanto, é que as empresas -em
parceria com institutos, universidades e agências de fomento- aumentem bastante a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia no país. Também é imperativo permitir que pequenas e médias firmas, as maiores
responsáveis pela geração de empregos, ampliem seu acesso à inovação.
O caminho do desenvolvimento no
mundo de hoje, extremamente competitivo, exige políticas agressivas na
área tecnológica.
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