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São Paulo, domingo, 02 de março de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Indignação
"Causa indignação ler a reportagem "Deputados aumentam sua verba de gabinete em 35%" (Brasil, pág. A8, 28/2). Se perguntássemos a 100% dos brasileiros se gostariam de ter cargos políticos como deputado ou senador, 99,9% responderiam que sim. São invejáveis as suas posições, em que ditam até de quanto devem ser os seus salários! Não é à toa que muitos opositores, que lutavam contra tais injustiças, agora, ocupando esses cargos, calem-se."
Melchior Moser (Timbó, SC)

Angu frio
"Da maneira como está sendo conduzida a nossa economia, nem mesmo o gás o povão vai poder comprar para comer o angu quente a que o presidente se referiu ("É um ano de comer angu quente", diz Lula", Dinheiro, pág. B3, 28/2), pois o preço do gás é dolarizado, e o salário está "pelas beiradas"."

Antonio Carlos Ribeiro (Tupã, SP)

Violência
"Pelo que lembro, a atual governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, quando estava em campanha eleitoral, culpou a então governadora Benedita da Silva pela onda de violência que assolava o Estado, chamando-a até de incompetente. E agora? A culpa e a incompetência são de quem? E, como se não bastassem os problemas que temos em São Paulo, o nosso ilustre governador recebe Fernandinho Beira-Mar de braços abertos. É um absurdo! A "competentíssima" Rosinha Garotinho que cuide de seus problemas."
Marcelo de Souza Carlos (São Paulo, SP)

Liberar
"Eliminar ou diminuir o narcotráfico é uma tarefa impossível de ser concretizada. Enquanto o consumo de drogas não for liberado, a tendência será fortalecer os atuais traficantes e atrair novos para esse mercado. A proibição atrai marginais e jovens desocupados, pois, devido ao elevado lucro, o risco compensa. Os traficantes descobrem novos clientes que, após se viciarem, são recrutados para o tráfico -principalmente os mais pobres, que não têm condições de manter o vício. Com as drogas liberadas, os traficantes desapareceriam, e as verbas gastas para combater o tráfico e as suas consequências seriam mais do que suficientes para as campanhas de conscientização -principalmente de crianças e jovens."
Orlando Miname (São José dos Campos, SP)

Fantasia
"Será que estou lendo a coluna do Zé Simão? A Folha de 27/2 informou que o Banco Central fez constar, em ata do Comitê de Política Econômica, um apelo para que a sociedade ajude o governo no combate à inflação ("Ata do Copom vira manifesto antiinflação", Dinheiro, pág. B1). Às vésperas do Carnaval isso é pura fantasia, parece cômico. Já vimos esse apelo outras vezes -e até chegamos a caçar boi no pasto. A grande verdade é que FHC enterrou o país, e a inflação é pura consequência de uma série de fatores, em que o que mais conta é incompetência e descaso com o dinheiro público. Tudo, entretanto, sempre termina às mil maravilhas, pois se pode dar palestras lá fora e receber em dólares."
Wilson Gonsalez (Garça, SP)

Conotação negativa
"A OAB-SP repudia a forma depreciativa como foi editada a foto do traficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, na capa do caderno Cotidiano da edição de sexta-feira. O traficante aparece na janela de uma porta sob uma placa onde se lê "advogado", o que implica uma conotação negativa para o profissional do direito. A legenda da foto não esclarece o contexto em que a palavra "advogado" aparece na imagem."
Orlando Maluf Haddad, presidente em exercício da OAB-SP (São Paulo, SP)

Anistia
"Algumas dezenas de anistiados estão desempregados -alguns doentes e velhos. Muito necessitam da indenização apenas para cuidar da saúde. FHC falou muito e não fez nada. As esperanças estavam no companheiro Lula. Mas falta sensibilidade ao novo governo. Caso haja mais demora, muitos vão ser indenizados "post mortem". A legislação tem seus defeitos e suas incongruências. Muitos sindicalistas, inclusive Lula, estiveram presos por alguns dias na década de 80 e já tiveram a reparação econômica. Outros, que enfrentaram a ditadura, foram presos, sofreram bárbaras torturas, perderam familiares e foram obrigados a viver exilados, não conseguem a reparação econômica. Existem processos já deferidos aguardando no Ministério do Planejamento o pagamento das indenizações. Nesses casos, não existe dotação orçamentária. Ainda temos esperanças. É possível acreditar que a sensibilidade toque o coração de nossos governantes. O mercado, o superávit primário e outras questões macroeconômicas não devem obscurecer os valores humanos."
Aparecido de Faria (Santo André, SP)

Cana
"Oportuna a reportagem "Reforma sindical desafia Lula" (Dinheiro, pág. B16, 23/2), apesar de algumas incorreções. 1) O texto "Representação de cortadores de cana é alvo de disputa entre federações" traz uma foto minha, na sede da Fercana [Federação dos Empregados Rurais no Setor Canavieiro do Estado de São Paulo], em São Paulo, e uma do cortador de cana Marcos Avelar, em Cravinhos, a 294 km da capital, insinuando o "distanciamento" conceitual e físico existentes entre este dirigente sindical e o trabalhador. Esse conceito não é correto, pois o atendimento imediato deve ser feito pelos sindicatos. Esta Fercana, presidida por um cortador de cana, tem representantes regionais e locais. No caso de sindicatos de canavieiros, porém, o sindicato da base de Cravinhos -que deveria atender ao companheiro Avelar- é filiado à Feraesp, de Élio Neves. 2) A representação disputada por Fercana, Fetaesp e Feraesp é a dos canavieiros (e não apenas dos cortadores de cana, que é uma das atividades dessa categoria). 3) A Feraesp não tem registro sindical no Ministério do Trabalho e Emprego. 4) O Plano de Assistência Social -PAS- é benefício previsto na lei 4.870/65, mas, por orientação da União da Agroindústria Canavieira, vem sendo descumprido pela maioria das usinas, destilarias e produtores de cana. Esses recursos eram administrados e aplicados pelos próprios empresários dos setores canavieiro e sucroalcooleiro. Não é correto, portanto, dar a entender que a Fercana vive desses recursos. Essa entidade acionou o Ministério Público Federal para que tomasse as providências quanto ao seu cumprimento, e gostaria que tais recursos fossem alvo de gestão tripartite (empresários, trabalhadores e governo)."
Mauro Alves da Silva, presidente da Fercana (São Paulo, SP)


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