BRASÍLIA - Em algumas capitais os eleitores deram dois recados importantes para os partidos, sejam eles de direita, de centro ou de esquerda.
Primeiro, que não é fácil ser reeleito. Segundo, que a força nacional das siglas e dos candidatos não tem muita importância nas eleições locais.
Isso ocorreu com clareza em Belo Horizonte, Curitiba e Fortaleza.
Em Belo Horizonte, o atual prefeito é Célio de Castro. É do PSB e tem o apoio do PT. Terá de enfrentar um tucano no segundo turno, o ex-goleiro do Atlético João Leite.
O cenário em Belo Horizonte é curioso. É de lá que Itamar Franco governa atirando contra FHC.
É certo que João Leite não faz parte do chamado núcleo duro do PSDB. Mas não deixa de ser emblemático que ele tenha conseguido fincar uma estaca tucana tão próxima da trincheira de Itamar Franco.
Em Curitiba, sai abalado o prestígio de um cacique do PFL, o governador paranaense, Jaime Lerner. Eterno possível postulante ao Palácio do Planalto, Lerner passa por uma queda continuada de popularidade.
A consequência do mau momento de Lerner foi sentida pelo prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, que terá de garantir a reeleição no segundo turno contra o candidato do PT, Angelo Vanhoni.
Um contraponto ao prestígio de Lerner é o do também pefelista Antonio Carlos Magalhães. Em Salvador, o prefeito Antonio Imbassahy (PFL) foi reconduzido ao cargo muito por causa do prestígio de ACM.
Em Fortaleza, o recado do eleitor foi claro. Ciro Gomes pode até desejar ser presidente. Mas não consegue indicar quem será o prefeito da capital cearense.
Patrícia Gomes, a candidata de Ciro, amarga uma humilhante exclusão do segundo turno. Sinal de que o presidenciável do PPS tem muito a aprender com o recado das urnas.


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