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Terceira derrota
NO QUE configura uma vitória do Estado de Direito e
da democracia, a Suprema Corte dos EUA declarou ilegais os tribunais militares criados pelo presidente George W.
Bush para julgar suspeitos de
terrorismo na base norte-americana de Guantánamo, em Cuba.
Por 5 a 3, os ministros disseram que os juízos secretos de
Bush violam a Constituição, o
Código Militar de Justiça dos
EUA e as Convenções de Genebra, as quais, ao contrário do que
dizia a Casa Branca, se aplicam
aos detentos de Guantánamo.
Trata-se da terceira derrota
consecutiva que a administração
Bush sofre nessa matéria na Suprema Corte, que já determinara
que os detidos têm o direito de
fazer-se ouvir em tribunais americanos e que não podem ser
mantidos presos indefinidamente sem acusação formal.
A Casa Branca sustentava que
os prisioneiros não se encontravam sob a proteção das Convenções de Genebra porque não
eram soldados regulares e que,
em nome da segurança do Estado, podiam ser julgados e condenados por tribunais militares
sem que as provas que houvesse
contra eles lhes fossem apresentadas ou a seus advogados.
Antes disso argüia que os presos não tinham direito a habeas
corpus ou a ser ouvidos por cortes regulares porque não eram
cidadãos dos EUA e não se encontravam em solo americano.
As decisões da Suprema Corte
relativas aos prisioneiros comprovam mais uma vez o vigor da
democracia nos Estados Unidos,
capaz de sobreviver a ignomínias
como o morticínio do 11 de Setembro e a desmandos de Bush.
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