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CARLOS HEITOR CONY
O apoio da nota
RIO DE JANEIRO - Nenhuma novidade nos dois manifestos em favor do
presidente da República. Alguns governadores, atraídos pela liberação
de verbas para seus Estados, fizeram
o óbvio, ou seja, enquanto nada for
apurado pessoalmente contra FHC,
ele continua dono da caneta.
Quanto aos empresários, não há a
justificativa das verbas, mas o interesse na continuidade do processo
neoliberal e corrupto, que bem ou
mal garante os lucros das empresas e
afasta confrontos com sindicatos,
greves etc.
Nota de ontem, no "Painel" da Folha, informa que "para a imagem do
país no exterior e o bom funcionamento dos negócios (a nota) veio em
ótima hora. E é isso o que mais se espera do apoio (dos empresários)".
Semana passada, citando o "Informe JB", lembrei que o establishment
não permitiria a CPI, embora não tenha poder para impedir a CTI em
que o governo ficará monitorado até
a falência múltipla de órgãos.
Não sou de satanizar o establishment. Ele existe e cuida de si. Os governadores fazem parte dele, são homens públicos, comprometidos com
obras que precisam de verbas. Não
são negocistas.
Os empresários estão mais interessados naquilo que a nota chamou de
"bom funcionamento dos negócios".
Noventa por cento desses negócios
são honestos e necessários ao país e
ao povo. Para citar um caso: Antonio
Ermírio de Moraes e seu grupo estão
interessados em que o país progrida,
formaram um patrimônio com trabalho e investimento de capital, enfrentam riscos e pagam impostos.
Mas os 10% restantes são burocratas e tecnocratas, gente descapitalizada que se aproveita dos cargos no
primeiro escalão para fazer aquilo
que Eduardo Jorge prometeu a si
mesmo: "Agora vou tratar de ganhar
dinheiro".
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