São Paulo, quinta-feira, 03 de agosto de 2000


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CARLOS HEITOR CONY

O apoio da nota

RIO DE JANEIRO - Nenhuma novidade nos dois manifestos em favor do presidente da República. Alguns governadores, atraídos pela liberação de verbas para seus Estados, fizeram o óbvio, ou seja, enquanto nada for apurado pessoalmente contra FHC, ele continua dono da caneta.
Quanto aos empresários, não há a justificativa das verbas, mas o interesse na continuidade do processo neoliberal e corrupto, que bem ou mal garante os lucros das empresas e afasta confrontos com sindicatos, greves etc.
Nota de ontem, no "Painel" da Folha, informa que "para a imagem do país no exterior e o bom funcionamento dos negócios (a nota) veio em ótima hora. E é isso o que mais se espera do apoio (dos empresários)".
Semana passada, citando o "Informe JB", lembrei que o establishment não permitiria a CPI, embora não tenha poder para impedir a CTI em que o governo ficará monitorado até a falência múltipla de órgãos.
Não sou de satanizar o establishment. Ele existe e cuida de si. Os governadores fazem parte dele, são homens públicos, comprometidos com obras que precisam de verbas. Não são negocistas.
Os empresários estão mais interessados naquilo que a nota chamou de "bom funcionamento dos negócios". Noventa por cento desses negócios são honestos e necessários ao país e ao povo. Para citar um caso: Antonio Ermírio de Moraes e seu grupo estão interessados em que o país progrida, formaram um patrimônio com trabalho e investimento de capital, enfrentam riscos e pagam impostos.
Mas os 10% restantes são burocratas e tecnocratas, gente descapitalizada que se aproveita dos cargos no primeiro escalão para fazer aquilo que Eduardo Jorge prometeu a si mesmo: "Agora vou tratar de ganhar dinheiro".


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