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FERNANDO RODRIGUES
O purgatório de Ciro
BRASÍLIA - Todos os principais can
didatos a presidente tiveram seu momento de céu (a exposição na TV) e
de purgatório (a onda de reportagens
investigativas em seguida à alta nas
pesquisas). Ciro Gomes (PPS) passa
agora pela sua provação.
É impossível saber como o candidato do ex-partido comunista vai se
sair. Todos os anteriores perderam
algo. Roseana (PFL) voltou para o
Maranhão. Lula (PT) tinha mais de
40% e agora luta para ficar acima de
30%. Serra (PSDB) se esforça para
não embolar com Garotinho (PSB).
É lícito imaginar que algum arranhão o candidato do PPS colecionará
por causa das acusações que rondam
as pessoas do seu entorno.
O ponto é: qual o tamanho do ferimento? Que efeito terá sobre o eleitorado a quase evidente prova de que o
ex-coordenador da campanha cirista, José Carlos Martinez, esteve envolvido em negócios ilícitos com PC
Farias? Só as pesquisas dos próximos
20 dias darão as respostas.
Mas há alguns sinais. É quase unânime entre observadores privilegiados que Ciro demorou além da conta
para agir nesta crise.
A saída de Martinez poderia ter sido cirurgicamente resolvida há, pelo
menos, uns dez dias. Era quando as
acusações tomavam corpo.
O candidato argumenta ser impossível julgar sem provas. Desculpa
ruim. O mínimo que um pretendente
ao Palácio do Planalto tem obrigação
de saber é das atividades pregressas
de seus assessores mais próximos.
Não se trata de investigar algo ultra-secreto, mas uma operação quase pública -como mostram os jornais.
Há indicações de que outros integrantes da campanha de Ciro vivam
no lusco-fusco entre o legal e o ilegal.
Se o candidato demorar para remover essa gente, chegará enfraquecido
ao dia da eleição. Pelo menos com
chances menores do que as atuais.
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