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DEMANDA MUNDIAL
A taxa de crescimento dos gastos dos consumidores norte-americanos em bens duráveis foi de
22,8% no terceiro trimestre. Mas, essa voracidade pode estar encontrando seus limites. O pagamento das dívidas - crédito ao consumo e hipotecas residenciais- absorveu 14% da
renda pessoal disponível. A temporada de compras deste Natal pode ter
sido a pior em muitos anos, a despeito dos descontos e das liquidações.
Até setembro, o déficit em conta
corrente dos Estados Unidos foi de
US$ 367 bilhões, correspondendo a
76% dos déficits na economia mundial. A desvalorização do dólar, em
torno de 14% frente ao euro ao longo
de 2002, tende a contrair o déficit externo norte-americano. Se essa fonte
de demanda se reduzir, qual região
poderia liderar a expansão da economia mundial nos próximos anos? Alguns analistas sugerem que os consumidores asiáticos, sobretudo da
China, Índia, Coréia do Sul, impulsionarão a economia mundial.
É verdade que 58% dos habitantes
do planeta vivem na Ásia, e que houve um relativo aumento no nível de
renda per capita dessa região. Também parece evidente que alguns países asiáticos, ameaçados pela máquina industrial chinesa, estão procurando estimular a demanda interna, a fim de diminuir sua dependência das exportações para os EUA.
Mas é pouco provável que a Ásia seja
capaz de impulsionar a economia
mundial, dada a enorme diferença de
escala entre as economias asiáticas e
os gigantes EUA e UE.
Até o momento, a contribuição dos
asiáticos ao capitalismo mundial
tem sido a onda de deflação dos preços industriais, que começou no Japão, atingiu os tigres asiáticos e se
agravou com a concorrência da China. As exportações asiáticas ajudaram a manter as taxas de inflação em
nível muito baixos ao longo de um
dos maiores ciclos de crescimento da
história dos Estados Unidos. Dificilmente, esses padrões de crescimento
e de consumo serão profundamente
alterados num horizonte previsível.
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