São Paulo, sábado, 04 de janeiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Bingos
"Luís Nassif, em "O destruidor de famílias" (Dinheiro, pág. B2, 1º/1), faz um alerta oportuníssimo sobre o grave problema dos bingos e sobre a indiferença das autoridades em relação a eles -apesar de tudo o que já se levantou sobre o assunto em diversas investigações. Dou meus parabéns ao colunista e fico torcendo para que ao menos a imprensa se mobilize contra essa atividade, que tantos prejuízos vem acarretando a muitas pessoas e famílias (isso sem falar na sustentação que oferece a outros tantos empreendimentos ilícitos)."
Zenon Lotufo Júnior, pastor presbiteriano (São Paulo, SP)

Campo Grande
"Em relação à reportagem "Brasil quase elimina sua porção Paquistão" (Cotidiano, pág. C1, 28/12), em que foi apontado erroneamente o IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano do Município) de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, como sendo de 0,547 (que, na verdade, é o índice do município homônimo que fica em Alagoas) em vez de 0,814, solicito a devida correção. O penúltimo parágrafo do texto informou que, "entre as capitais, Florianópolis foi a melhor, com 0,881. A pior, Campo Grande, teve 0,547. A distância entre as duas é de 38%". A reportagem trouxe enorme repercussão negativa à administração municipal. Desde 1970, a capital de Mato Grosso do Sul vem registrando elevação em seu IDH-M. Em 2000, nós elevamos esse índice para 0,814, conforme pode ser verificado no próprio site do jornal (www.folha.com.br/023601). Verificando o ranking nacional, encontramos nossa Campo Grande (MS) colocada em 307º lugar, em segundo lugar no ranking por unidade da federação e em 11º posição entre as capitais."
André Puccinelli, prefeito de Campo Grande (MS)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Novo governo
"Por mais inflamada que tenha sido a fala do deputado federal e primeiro-secretário da Câmara, Severino Cavalcanti, durante a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, nada faz esquecer a infeliz declaração de que os deputados estariam passando por sérias dificuldades financeiras com seus proventos de R$ 8.000 -sem contar os benefícios. Que Deus ilumine o caminho de Lula em sua épica jornada e lhe dê o devido discernimento para julgar."
Willy Kenji Matsumoto (São Paulo, SP)

Preconceitos inconscientes
"A Folha tem sido um parceiro na luta contra a violência contra a criança e o adolescente ao denunciar os abusos e toda sorte de violação aos seus direitos -sejam eles provocados por agentes do Estado ou pela sociedade. Surpreendeu-me muito a linguagem usada na reportagem "Jornalista foi morta por garota, diz polícia" (Cotidiano, pág. C5, 3/1) -sobre o assassinato da jornalista Sueli Jacinto- para descrever a relação entre o principal suspeito do crime e a adolescente J.S.O. Ao reproduzir de forma acrítica declarações atribuídas ao delegado titular de Praia Grande -segundo o qual a jovem seria "amante" do principal suspeito-, a reportagem assumiu tacitamente o prejulgamento implícito naquela declaração. O uso do termo "amante" não é neutro. É carregado de significados e simbolismos. Atribuir tal termo a uma relação entre um homem de 54 anos e uma jovem de 13 anos -relação que, segundo a polícia, teria começado quando a jovem tinha 11 anos- parece temerário. Sugere que haja livre escolha por parte da jovem e consenso com a relação. Em outros países, tal relação seria considerada um delito extremamente grave, enquadrado como pedofilia. O caso em questão, segundo a própria polícia, apresenta indícios de que o suspeito teria forte interesse sexual por crianças. Em um momento em que há grande esforço de grupos da sociedade para coibir a exploração e o abuso sexual de crianças e de adolescentes, gostaria de ver esse jornal exercer maior senso crítico em relação a declarações que podem inadvertidamente ratificar preconceitos inconscientes."
Nancy Cardia, Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Perigosa iniciativa
"O sr. José Dirceu, eminência parda do PT, não resistiu ao seu reprimido entusiasmo ideológico e já denominou o atual governo de socialista. O agora ministro, que vinha mantendo comportamento político inteligente e sensato, fazendo crer que o PT abandonara de vez a sua linha esquerdista, foi tomado por entusiasmo ideológico superado e que não atende aos interesses da nação. Para o mercado internacional, foi uma perigosa iniciativa, que mostrou que a ala mais radical do PT está viva e ainda muito atuante."
Luiz Edmundo C. Saraiva
(Rio de Janeiro, RJ)

Judiciário
"É indubitável que uma das escolhas mais felizes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compor o seu ministério é a do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Entre os vários nomes que compõem o novo ministério, o de Márcio Thomaz Bastos, ex-presidente da OAB, não vem vinculado a nenhuma condição ou imposição político-partidária. Trata-se de uma escolha pessoal do presidente da República. O novo ministro sempre esteve com Lula e com o PT na defesa das garantias e dos direitos fundamentais da pessoa humana. Márcio Thomaz Bastos é respeitado por todos os militantes da advocacia, bem como pelos membros do Ministério Público e do Poder Judiciário, o que lhe credencia e lhe respalda para levar a termo as reformas de que o Brasil necessita, principalmente a do Poder Judiciário. E, para que essa reforma ocorra, é fundamental que haja, além de outras tantas medidas, o controle externo do Poder Judiciário."
Leonardo Isaac Yarochewsky, conselheiro seccional da OAB-MG e professor de direito penal da PUC-Minas (Belo Horizonte, MG)

Boas-festas

A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Museu da República (Rio de Janeiro, RJ); Paulo Roberto Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Rio de Janeiro, RJ); Instituto Ayrton Senna (São Paulo, SP); Junia Nogueira de Sá, diretora de comunicação corporativa do Grupo Telefônica (São Paulo, SP); Francisco R. Figueroa, diretor para o Brasil da agencia Efe (Rio de Janeiro, RJ); Luiz Carlos Bezerra, superintendente de comunicação da Cosipa -Companhia Siderúrgica Paulista (São Paulo, SP); Mauro Maia, Restaurante Supra Ltda. (São Paulo, SP); Augusto Viana, Augusto Viana Imóveis (Praia Grande, SP); Luiz Cláudio Proti (São Paulo, SP); Cacildo Marques (São Paulo, SP).



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