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CONTROLE E AGILIDADE
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Maurício Corrêa, voltaram a
polemizar em relação à proposta de
controle externo, que faz parte do
projeto de reforma da Justiça brasileira em tramitação no Congresso. O
ar de "déjà vu" que a disputa entre os
chefes do Executivo e do Judiciário
começa a assumir não deve servir para esconder a importância do tema.
O controle externo é, decerto, um
ponto relevante, mas a prioridade é
resolver a extrema morosidade da
prestação jurisdicional, que se explica por diversas razões. Elas vão desde
questões ligadas à gestão, que precisa ser modernizada, ao caráter excessivamente formalista da legislação
processual, que permite um sistema
pouco racional de recursos. Freqüentemente, é o próprio poder público que alimenta a lentidão da Justiça para postergar decisões. A tarefa
fundamental da reforma é conter essa indústria de recursos, cuidando
para não limitar o direito à plena defesa previsto na Constituição.
A adoção da chamada súmula vinculante pode ser um caminho. A proposta aqui é que certas decisões, em
razão de sua repetição, sejam resumidas por tribunais superiores para
que a elas se vinculem os casos assemelhados, o que aliviaria o tempo
despendido na apreciação de causas
repetitivas com desfecho previsível.
No que diz respeito ao controle externo, parece cada vez mais difícil
descartá-lo. Os dois outros Poderes
-o Executivo e o Legislativo- já se
submetem ao controle direto dos cidadãos através do voto. Não há razão
para que apenas o Judiciário fique
imune a avaliações externas.
A reforma é inadiável. Está claro
que há algo de errado com uma Justiça que por vezes leva até uma década
para decidir acerca de um processo.
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