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COMBATE AO FUMO
Na segunda-feira, quando
se celebrou mais um Dia Mundial sem Tabaco, autoridades sanitárias brasileiras apresentaram duas
boas notícias. Em primeiro lugar, há
indícios de que o consumo de cigarros esteja caindo no país. Em segundo, o Ministério da Saúde anunciou
que o SUS (Sistema Único de Saúde)
passará a incluir o tratamento da dependência do tabaco em seu atendimento básico. Isso significa que o
poder público vai começar a oferecer
medicamentos e terapias coadjuvantes como gomas de mascar de nicotina para quem deseje parar de fumar.
Pesquisa feita pelo Inca (Instituto
Nacional do Câncer) acerca do fumo
em 16 capitais de Estados é sugestiva
de uma redução no número de fumantes. De acordo com a sondagem, as taxas de tabagistas variam de
12,9% em Aracaju (SE) a 25,2% em
Porto Alegre (RS). Em 1989, o IBGE
havia apurado um índice nacional de
fumantes de 31,7%.
As pesquisas não permitem, é claro, uma comparação direta, mas parece lícito concluir pela redução. Afinal, a proporção de tabagistas tende
a ser maior nos grandes centros urbanos. Também reforçam essa tese
os altos índices de pessoas que deixaram de fumar, que ficam entre 44%,
em João Pessoa (PB), e 58,3%, em
Campo Grande (MS).
É claro que nem tudo são boas notícias. É preocupante, por exemplo, a
maior concentração de fumantes nas
camadas sociais de menor escolaridade e, presume-se, de menor renda.
O impacto do fumo sobre essa população tende a ser ainda mais devastador, pois ela só costuma procurar os
serviços de saúde tardiamente, ou seja, quando as doenças relacionadas
ao tabagismo já se tornaram mais difíceis de tratar.
Nesse contexto, a iniciativa de oferecer auxílio médico pela rede pública aos que desejem parar de fumar se
torna especialmente valiosa. É preciso, porém, divulgar a existência desse serviço e garantir que quem o procure seja de fato atendido.
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