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FERNANDO RODRIGUES
O PT paulista
BRASÍLIA - Está ficando mais ou menos evidente que o PT terá um desempenho satisfatório nas eleições
municipais de outubro quando se observa o país inteiro.
Falta menos de um mês para o primeiro turno e a sigla de Lula lidera,
com chances reais de vitória, em Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife,
Aracaju e Palmas. Não é pouca coisa.
Nenhum outro partido está à frente
em tantas capitais.
Onde ainda há dúvidas sobre como
o PT vai se sair é exatamente no Estado em que o partido nasceu: São Paulo. A começar pela capital paulista,
onde a prefeita Marta Suplicy melhorou sua pontuação nas pesquisas,
mas ainda perde feio num eventual
segundo turno contra o tucano José
Serra -conforme mostram todos os
levantamentos disponíveis.
Em Ribeirão Preto, terra que deu
ao Brasil o político Antonio Palocci
(prefeito duas vezes), o petista local
patina na campanha. Em São José
dos Campos, o PT também está sofrendo para forçar a realização de
um segundo turno. Campinas é uma
disputa dada como perdida.
O mais emblemático de todos os locais é a região do entorno da capital,
conhecida como Grande São Paulo.
Nos nove municípios para os quais
há pesquisas disponíveis, o PT parece
ter vitória à vista só em Guarulhos.
Nos outros, no máximo seus candidatos estão empatados em primeiro
lugar com algum adversário.
Há ainda quatro semanas até o dia
da eleição. Rios de marketing serão
derramados nas campanhas dos ex-pobres do PT. No plano federal, todos
estamos condenados a ouvir que o
país vai crescer 20 anos sem parar
(promessa de Lula) e que bom mesmo é copiar o nacionalismo-patriotismo dos EUA (desejo de Gushiken)
no 7 de Setembro.
É possível que os petistas se recuperem e saiam vencedores na Grande
São Paulo. Hoje, apesar do esforço da
máquina federal, esse desfecho ainda
está longe de ser verdade.
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