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VOTO SEM CÓPIA
A Câmara acatou recomendação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e revogou o dispositivo legal que determinava a implantação
da impressão do voto eletrônico. As
razões que levaram primeiro os senadores e agora os deputados a desistir
de aprimorar o sistema eletrônico de
votação são por certo compreensíveis, mas nem por isso o resultado
pode ser saudado.
O sistema de impressão de voto em
urna eletrônica já havia sido testado
no último pleito no Distrito Federal,
em Sergipe e em três municípios de
cada Estado. Nas seções desses lugares, as urnas eletrônicas receberam
um módulo impressor com o qual o
eleitor pôde verificar seu voto impresso antes de este ser depositado
dentro de um recipiente especial.
O que levou os parlamentares a rejeitar o voto impresso foram os custos de adaptação das urnas, calculados em R$ 350 milhões, e os problemas com filas e funcionamento do
equipamento verificados nas regiões
onde ele já havia sido testado.
Ninguém contesta que o voto eletrônico tenha representado um grande passo para o país. Antes dele, um
processo de apuração podia se estender por mais de dez dias. Hoje, conhecem-se todos os resultados apenas algumas horas depois de fechadas as urnas.
O avanço não impede que o sistema seja aprimorado ainda mais, como seria com um mecanismo de impressão que não sacrificasse a rapidez da votação. Tecnicamente, pode-se argumentar que a impressão não
amplia a segurança do processo eleitoral. Mas eleição é acima de tudo
credibilidade. E, como obviamente
nem todo brasileiro é um especialista
em microinformática, deve-se convir
que o sistema ganharia em confiança
se permitisse também a confecção física dos votos, que ainda poderiam
ser guardados e recontados manualmente em caso de contestação.
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