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CIÊNCIA E INOVAÇÃO
Trocas de governo são sempre
uma boa ocasião de perguntar
se as estruturas com as quais o Estado conta para lidar com as grandes
questões do país estão adequadas.
Embora muitos presidentes tenham
no passado tentado resolver problemas apenas dedicando-lhe um ministério, há casos em que um redesenho institucional pode ser útil.
Alguns especialistas acreditam que
o setor de ciência e tecnologia (C&T)
poderia ser especialmente beneficiado por uma reestruturação. De um
lado, a universidade pública brasileira possui alguns nichos que produzem ciência de ponta. De outro, o
país conta com um setor produtivo
relativamente dinâmico, que foi capaz de sobreviver à globalização, por
exemplo. Só que o esforço da universidade não se traduz num grande número de inovações na indústria. O
desafio é justamente o de tentar tornar o setor produtivo mais inovador,
diversificando e agregando valor à
pauta de exportações do Brasil.
Aqui, existem vários caminhos
possíveis e não necessariamente excludentes. É possível agir tanto sobre
as universidades, tentando direcionar mais suas pesquisas para a obtenção de patentes, como sobre o setor produtivo, estimulando-o a procurar em universidades e institutos
tecnológicos soluções para os seus
problemas. Para tanto, é preciso que
as estruturas de Estado -universidades, agências de fomento, institutos e ministérios- trabalhem de forma harmônica e complementar. É o
caso de perguntar, por exemplo, se
as universidades públicas devem permanecer sob a alçada do Ministério
da Educação ou se estariam mais
bem servidas pelo Ministério da
Ciência e Tecnologia.
O governo de Luiz Inácio Lula da
Silva, que promete ouvir amplos setores da sociedade, poderia, antes de
apenas preencher os ministérios, debater com especialistas a oportunidade de redesenhar as políticas e os
órgãos de apoio à C&T.
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