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REAL INVICTO
Em setembro de 1997, pesquisa Datafolha apontava a possibilidade de
Fernando Henrique Cardoso ter de
enfrentar um segundo turno na eleição presidencial. Pareciam tremer ligeiramente as bases da grande popularidade do presidente. Desde então,
sobreveio uma série de abalos na vida
brasileira: a ameaça da crise asiática,
um aperto ainda maior na atividade
econômica, mais desemprego e o aumento da criminalidade.
Mas nova pesquisa mostra que o
prestígio de FHC tem se mostrado
capaz de resistir a tais abalos. Hoje
não é certa a vitória do presidente no
primeiro turno, mas há um empate
técnico entre a votação de FHC e a de
seus adversários somada. Isto é, se
não se considerar a hipótese da candidatura Fernando Collor, por ora
apenas uma fantasia. Se Lula vier de
fato a desistir, o caminho de FHC para o segundo mandato ficaria livre.
Não se trata de dizer, no entanto,
que a apreciação do real e a do presidente tenham ficado incólumes após
a crise. A avaliação ótimo/bom para
FHC está cinco pontos abaixo da média em torno da qual vinha flutuando
desde o início do governo -40%.
Vem caindo lenta, embora significativamente, o número daqueles que
consideram o real bom para o país:
de 75%, em setembro de 97, para
63%, agora no final de abril. No entanto, essa própria queda perde um
pouco de sua importância dado o nível ainda alto de aprovação.
De resto, a apreensão quanto ao desemprego não variou de modo relevante na presente pesquisa. Flutua
em torno de índices altos, mas isso
ocorre desde 1995. Curiosamente,
um dos indicadores socioeconômicos mais lamentáveis do atual governo não parece afetar de modo importante a avaliação de FHC.
Ao que parece, o eleitorado continua a indicar que, mesmo que queira
mudar de presidente, nenhum dos
poucos candidatos que se apresentam na oposição encarna uma opção
desejável. Até agora, ninguém oferece ao eleitorado um programa que
some a garantia da estabilidade a outros planos suficientemente atrativos
para derrubar a segurança que, aos
olhos da população, a combinação
entre real e FHC hoje representa.
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