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PROMESSAS HISTÓRICAS
O que não faltou na cúpula de
Ácaba foram promessas históricas. O premiê palestino, Abu Mazen, prometeu renunciar ao terrorismo, acabar com a militarização da
intifada e assegurou que os palestinos não irão "ignorar o sofrimento
dos judeus através da história".
Já o premiê israelense, Ariel Sharon, prometeu começar a desmantelar assentamentos judaicos ilegais
nos territórios palestinos. Também
reconheceu a necessidade de que o
futuro Estado palestino tenha contiguidade territorial na Cisjordânia.
Sob os olhares atentos do presidente George W. Bush, os dois primeiros-ministros voltaram a comprometer-se com o novo plano de paz
para a região. Patrocinado por EUA,
União Européia, Rússia e ONU, o
"mapa do caminho" prevê a criação
de um Estado palestino em 2005.
Em condições normais, o saudável
ceticismo já recomendaria relativizar
um pouco as promessas dos dois líderes. Tratando-se do Oriente Médio
então, as cautelas precisam ser triplicadas. Mesmo deixando, por ora, de
lado as questões realmente espinhosas como o estatuto de Jerusalém e o
direito de retorno para os refugiados
palestinos, são grandes os obstáculos a um entendimento. Abu Mazen
precisa enfrentar, além dos radicais
do Hamas ou do Jihad, a oposição de
seu próprio chefe, o presidente Iasser Arafat, posto de lado nas negociações por Israel e pelos EUA. Também Sharon terá de lidar com os judeus ultraconservadores, para os
quais a manutenção dos assentamentos é quase um mandamento divino. E o próprio Sharon se contava
entre esses ultraconservadores poucos meses atrás.
Seja como for, a simples realização
da cúpula com a presença de Bush já
é um sinal animador de que o processo de paz está sendo de fato retomado. Os discursos dos dois premiês também foram significativos.
Mas seria excesso de otimismo ignorar as enormes dificuldades que ainda separam israelenses e palestinos
da tão almejada paz.
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