RIO DE JANEIRO - O problema não é saber se o desgaste do governo do PT no Rio vai prejudicar ou não a candidatura de Lula, mas se o partido vai dar conta de administrar o Estado nestes seis meses que restam de mandato. É isso o que interessa aos fluminenses.
Pesquisa do GPP encomendada pelo PFL de Cesar Maia mostra uma queda grande da intenção de voto em Benedita entre maio e junho. Os índices de Lula, no entanto, não se alteraram, o que indica que a campanha presidencial não foi contaminada. Ainda vai ser?
É difícil definir as razões do desgaste da gestão Benedita, que acaba de completar três meses. Quando assumiu, era nítida a boa vontade e a torcida da população. Agora, não sei. Não há hostilidade, mas a sensação de que o governo não tem rumo.
O calcanhar-de-aquiles é a questão da violência. Os problemas não são novos: os índices de criminalidade não mudaram de patamar, e os atos de ousadia do narcotráfico são parecidos com os que ocorreram durante todo o governo Garotinho. O que mudou foi a cristalização da idéia de que o governo não está sendo capaz de modificar a situação porque não tem política e porque é lento.
As deficiências das polícias do Rio sempre existiram, mas agora estão mais expostas. A morte de Tim Lopes ocorreu há um mês e até hoje não há nenhum indício de que o seu assassino, um tal de Elias Maluco, esteja para ser preso. E poucos crêem hoje que o governo do PT seja capaz de mudar a situação nos próximos seis meses.
Confesso que errei com a seleção brasileira. Eu era um dos que não davam um tostão pelo time e tenho de fazer agora, de bom grado, um mea culpa caprichado. Espero estar cometendo os mesmos erros de avaliação em relação ao governo da Benedita e espero que tenha em dezembro de reconhecer que me precipitei. Vou fazê-lo com o maior prazer.


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