São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Competência e energia
"Alguém se lembra da frase "quem não tem competência não se estabelece", que o nosso ilustre presidente proferiu alguns anos atrás com ar ameaçador? Pois é. Depois de deixar o país quase parado por falta de energia, o pessoal lá de Brasília agora quer aumentar o preço da energia porque as distribuidoras estão tendo prejuízo. Num raciocínio direto, bem rápido, temos o seguinte. O governo federal deixa o problema de abastecimento de energia elétrica chegar ao limite do colapso e nós somos obrigados a economizar a bendita energia. E, por economizarmos, seremos premiados com um belo aumento. Mais um! Assim fica fácil. Havendo qualquer problema, é só aumentar o preço, que o povo paga."
José Luis Vaccarini (São Paulo, SP)

Saúde
"Muito oportuno o editorial "Democracia é saúde" (Opinião, pág. A2, 2/10), que enfatiza a relevância dos conselhos de saúde no país -cada vez mais representativos e atuantes. Difícil tem sido convencer alguns governantes de plantão do papel deliberativo desses fóruns legítimos de controle social. Exemplo maior vem do Conselho Nacional de Saúde, que tem suas decisões constantemente ignoradas e menosprezadas pelo Ministério da Saúde."
Mário Scheffer, representante dos usuários no Conselho Nacional de Saúde (São Paulo, SP)

Rossi
"Gostaria de enviar meus cumprimentos ao jornalista Clóvis Rosssi pelo Prêmio Maria Moors Cabot 2001. A láurea recompensa um extraordinário profissional, que, em sua brilhante trajetória, vem dignificando a profissão de jornalista. Parabéns também à Folha."
José Antônio Machado (São Paulo, SP)

Fora-de-estrada
"Gostaria de parabenizar a Folha pela publicação do caderno especial Veículos-Aventura (30/ 9) sobre aventuras com veículos fora-de-estrada. Estou torcendo para que o caderno passe a ser regular (mensal ou mesmo semanal)."
Glaucio Mendes Duarte Silveira
(Ourinhos, SP)

Malan na Presidência
"Cogitar para administrar todo o país uma pessoa que até hoje só "administrou" taxa de juros é uma piada. Isso reflete bem qual é o pensamento dos burocratas que vivem entre quatro paredes e que não saem para conhecer o mundo real. Em um país como o Brasil, que sempre teve uma cultura inflacionária, fixar uma meta de inflação de 4% ao ano -e prometer cumprir essa meta por meio do aumento da taxa de juros- é um crime. O ministro, com as suas taxas de juros sempre exageradas, mesmo em tempos de calmaria, não sabe que pessoas, empresas e até mesmo cidades no interior deste país estão falindo devido à política de juros altos. Agora, essas mesmas pessoas, além de verem estampados nos jornais os exagerados lucros dos bancos, ainda têm de suportar o homem responsável por fazê-las pagar juros de mais de 200% ao ano como um possível candidato à Presidência."
Almir Bedin (Curitiba, PR)

Dívida municipal em SP
"Fui citado na reportagem "Câmara aprova relatório de CPI que culpa Maluf e Pitta" (Brasil, pág. A7, 2/10) -que trata da aprovação do relatório final da CPI da Dívida Pública na Câmara Municipal de São Paulo- como um dos vereadores que não aprovaram o relatório, o que pode levar ao entendimento errôneo de que minhas conclusões seriam favoráveis ao ex-prefeito Paulo Maluf. Quero esclarecer que meu voto em separado se deveu ao fato de não concordar com a posição defendida no relatório vencedor, que divide a responsabilidade pela dívida pública entre o ex-prefeito e o governo da União. Não posso compartilhar dessa opinião, que reduz a culpa de Maluf pelas distorções no valor da dívida municipal. Apresentei minhas conclusões em relatório que foi voto vencido, no qual atribuo ao ex-prefeito Paulo Maluf a responsabilidade integral pelo endividamento abusivo, porque ele optou pela emissão de LFTMs com plena consciência das elevadas taxas de juros praticadas no mercado de títulos públicos. A CPI obteve informações muito claras que nos levam à conclusão de que, sem os desmandos administrativos de Paulo Maluf, a dívida mobiliária que o município refinanciou com a União em maio de 2000 teria sido reduzida em mais de R$ 6 bilhões. Meu voto foi contrário apenas à redução da responsabilidade de Maluf por essa imensa conta que estamos todos pagando hoje."
Marcos Zerbini, vereador pelo PSDB, integrante da CPI da Dívida Pública (São Paulo, SP)

Educação
"Mais uma vez o governo federal, na pessoa do ministro Paulo Renato Souza, mostra sua faceta antidemocrática. Ao reter o salário de servidores, o atual governo não só fere um preceito constitucional como reafirma algumas de suas características marcantes: prepotência, arrogância e indisposição ao diálogo com os mais diversos segmentos da sociedade. Ao senhor ministro, sugiro a leitura atenta da coluna de Janio de Freitas publicada por esta Folha em 3/10 ("Lições do terror", Brasil, pág. A5)."
Ricardo Moura, professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo (São Paulo, SP)

Terrorismo
"Lamentável a Folha ter cedido importante espaço ao coronel Erasmo Dias ("Existe terrorismo no Brasil?", "Tendências/Debates", pág. A3, 2/10) para que mostrasse que ainda se lembra da doutrina de segurança nacional e que acredita cegamente nela. Não vale a pena aprofundar o debate, apenas lembro ao senhor Dias que, durante a ditadura, quem torturava e assassinava "como direito de justiçar" não eram os "terroristas comunistas-leninistas", mas os terroristas de Estado. Porém, assim como Erasmo Dias, também discordo do general Alberto Mendes Cardoso. Sim, há terrorismo no Brasil. Terrorismo de Estado, praticado por FHC e pela equipe econômica, que matam de fome, a cada "canetada", a cada aumento de juros, milhares de pessoas. Sim, há terrorismo: um terrorismo silencioso contra vítimas sem voz."
Daniel Dalmoro (Ribeirão Preto, SP)

TVs
"Interessante a reportagem da Ilustrada sobre a crise das TVs por assinatura ("Festa fechada", pág. E1, 1º/10). Creio que seja interessante questionar os assinantes sobre o desinteresse por esse serviço. Lembro-me de que, quando me foi oferecida a TV por assinatura, expuseram que eu assistiria a jogos de futebol exclusivos, assim como a shows inéditos, sem intervalos comerciais. Cinco anos depois, sou premiado com uma péssima programação e com o famigerado "pay-per-view", ou seja, tenho de pagar (e muito caro) por aquilo que no começo estava incluído no preço da assinatura."
Wilson Domingos da Costa
(São Paulo, SP)


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