São Paulo, sábado, 05 de outubro de 2002 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FERNANDO RODRIGUES A hipótese do segundo turno
BRASÍLIA - Se o debate dos presidenciáveis na noite de anteontem na TV
Globo tiver algum efeito sobre os eleitores, aumenta a hipótese de haver
segundo turno.
Ciro Gomes (PPS) mostrou que é
um político muito eficaz diante das
câmeras de TV quando não está sob
pressão. Pode ser tarde para ele, mas
ruim seu desempenho não foi.
Anthony Garotinho (PSB) foi o
franco atirador de sempre. Falou para o seu público. Acertou a jugular de
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) duas
vezes: na pegadinha da contribuição
sobre o preço da gasolina e ao dizer
que o petista não responde a nada.
Lula e José Serra (PSDB) não estiveram bem. O petista adquiriu esse que
é um dos piores defeitos de um político -nunca responder diretamente a
uma pergunta. Enrolou-se ao tergiversar o tempo todo.
O tucano não é um homem de TV,
pelo menos no sentido criado pelos
marqueteiros. Sofreu ainda mais por
ter sido eleito o alvo predileto dos outros três ao seu lado.
Tudo somado, Ciro e Garotinho podem ter garantido suas posições
atuais. Ou até algum crescimento.
Serra não foi bem, mas talvez não tenha sido suficiente para cair. Resta a
Lula confiar no clima emocional e na
força da militância petista para vencer no primeiro turno.
Na dúvida, o publicitário Duda
Mendonça, responsável pela campanha de Lula, já tem dois programas
de TV prontos, com falas do candidato gravadas, para a eventualidade de
haver segundo turno. "Melhor jogar
no lixo depois do que ser surpreendido", diz Duda. É isso aí. Ninguém sabe o que dirão as urnas amanhã. |
|