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DEFEITOS PARA EXPORTAÇÃO
O resultado da balança comercial
foi surpreendente em dezembro: um
saldo positivo de US$ 249 milhões,
limitando o déficit em 1999 a US$ 1,2
bilhão. Não havia um resultado positivo no comércio exterior neste mês
desde 1993. O preço dos produtos exportados no ano passado ainda foi
baixo, embora certos setores tenham
aumentado as quantidades vendidas.
Do lado das importações, os resultados preocupam. É verdade que as
compras de produtos importados sofreram uma retração de 14,8% em
1999, comparadas a 1998. Mas, em
dezembro, as importações ficaram
apenas 1% abaixo do mesmo período
em 1998. Sem recessão, é razoável esperar um aumento desses gastos ao
longo de 2000. Quanto à recuperação
dos preços internacionais, a perspectiva torna-se menos animadora se
ocorrer, como já é quase consenso,
uma elevação dos juros nos EUA.
A alta das taxas esfria a economia
global e, portanto, tende a gerar menor procura de produtos primários,
que compõem parte importante da
pauta de exportação brasileira, impedindo a recuperação dos preços.
Aliás, o índice de preços de produtos exportados pelo Brasil, mesmo
com a recuperação recente, mal chega aos níveis registrados em janeiro
de 1994, quando o real ainda não tinha sido artificialmente valorizado e
o mundo ainda não passava por crises em mercados emergentes.
Se as condições internacionais são
ambíguas, para dizer o menos, a obtenção de saldos mais expressivos no
comércio exterior brasileiro passa a
depender de outros fatores.
Para que as exportações cresçam
mais que as importações, é preciso
aprimorar as instituições de promoção comercial. É crucial dar maior urgência a medidas de reforma tributária que reduzam a carga fiscal sobre
produtos de exportação.
Políticas de crédito, tributárias e de
substituição de importações levam
tempo para funcionar. É essencial
acelerá-las, pois o Brasil muito deixa
de exportar devido ao fardo de suas
instituições defeituosas.
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