São Paulo, Quinta-feira, 06 de Janeiro de 2000


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DEFEITOS PARA EXPORTAÇÃO

O resultado da balança comercial foi surpreendente em dezembro: um saldo positivo de US$ 249 milhões, limitando o déficit em 1999 a US$ 1,2 bilhão. Não havia um resultado positivo no comércio exterior neste mês desde 1993. O preço dos produtos exportados no ano passado ainda foi baixo, embora certos setores tenham aumentado as quantidades vendidas.
Do lado das importações, os resultados preocupam. É verdade que as compras de produtos importados sofreram uma retração de 14,8% em 1999, comparadas a 1998. Mas, em dezembro, as importações ficaram apenas 1% abaixo do mesmo período em 1998. Sem recessão, é razoável esperar um aumento desses gastos ao longo de 2000. Quanto à recuperação dos preços internacionais, a perspectiva torna-se menos animadora se ocorrer, como já é quase consenso, uma elevação dos juros nos EUA.
A alta das taxas esfria a economia global e, portanto, tende a gerar menor procura de produtos primários, que compõem parte importante da pauta de exportação brasileira, impedindo a recuperação dos preços.
Aliás, o índice de preços de produtos exportados pelo Brasil, mesmo com a recuperação recente, mal chega aos níveis registrados em janeiro de 1994, quando o real ainda não tinha sido artificialmente valorizado e o mundo ainda não passava por crises em mercados emergentes.
Se as condições internacionais são ambíguas, para dizer o menos, a obtenção de saldos mais expressivos no comércio exterior brasileiro passa a depender de outros fatores.
Para que as exportações cresçam mais que as importações, é preciso aprimorar as instituições de promoção comercial. É crucial dar maior urgência a medidas de reforma tributária que reduzam a carga fiscal sobre produtos de exportação.
Políticas de crédito, tributárias e de substituição de importações levam tempo para funcionar. É essencial acelerá-las, pois o Brasil muito deixa de exportar devido ao fardo de suas instituições defeituosas.



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