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Editoriais
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Vírus inabalável
DESDE a década de 80 o flagelo da dengue atormenta
o país. Dados do Ministério da Saúde indicam que 2008
registrou o resultado mais grave
em um novo ciclo de expansão da
moléstia: foram 585.769 casos,
maior patamar alcançado nos últimos seis anos. Houve recorde
no número de mortes por dengue hemorrágica.
Essas cifras indicam um novo
pico, a exemplo do que ocorreu
em 1998 e em 2002, ano em que
foram registrados 697.998 casos.
Segundo o Ministério da Saúde,
apesar do montante de 2008, o
balanço mais recente aponta
uma redução de casos de 40,53%
no país no início desse ano. Mas
há pouca razão para otimismo.
Em seis Estados há um crescimento significativo, incluindo
Minas Gerais, Bahia, Acre e Espírito Santo.
Os ciclos da doença se sucedem com monótona regularidade, assim com as desculpas oficias. As mortes expõem a fragilidade e o despreparo do modelo
de assistência à saúde no país.
Os problemas passam por falhas no atendimento básico, nas
orientações do Ministério da
Saúde e na precária formação
dos especialistas para o atendimento de epidemias. A responsabilidade é compartilhada pelas
três esferas de poder. Além da
ação ministerial, as secretarias
municipais de saúde e as Superintendências de Controle de
Endemias, na esfera estadual,
são incumbidas da prevenção.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que não
faltam recursos para o combate à
doença e atribui o agravamento
em algumas regiões à mudança
de gestores, ocasionada pelas
eleições municipais realizadas
em outubro passado.
Mas as cifras são autoexplicativas e mostram a crônica insuficiência das políticas públicas.
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