São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2000


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CLÓVIS ROSSI

Cantiga de roda para FHC

SÃO PAULO - Volte, caro leitor, à capa do caderno Dinheiro de ontem. Lá no alto, você encontrará a comparação entre as previsões da CNI (Confederação Nacional da Indústria) feitas em dezembro passado e as novas, revistas ao terminar o semestre.
Tudo melhorou na economia brasileira, ao menos na visão da indústria, exceto desemprego (que tampouco piorou) e balança comercial.
Quem acredita na lógica de que o pessoal vota com o bolso haverá de deduzir que a popularidade do presidente da República terá também se beneficiado da evolução dos indicadores econômicos, certo? Errado. A mais recente pesquisa do "Vox Populi" mostra justamente o contrário. O presidente é hoje mais impopular do que antes.
Uma primeira -e fácil- explicação vem do fato de que a melhora nos indicadores econômicos ainda não se traduziu em mais dinheiro no bolso do distinto público.
Mas a comparação entre a evolução favorável dos indicadores da economia e o desprestígio do presidente parece consolidar a impressão de que o ciclo econômico se descolou do político, talvez definitivamente. Ou, posto de outra forma: a baixa popularidade do presidente, nascida com a crise do real a partir de janeiro do ano passado, já não tem muito a ver com a evolução da economia.
Tem a ver com o fato de que quebrou-se o encanto com FHC. Dá até para parodiar uma cantiga de roda: o anel que o presidente deu ao público era de vidro e se quebrou, e o amor que o público tinha por ele era pouco e se acabou.
A questão restante é simples: até o início efetivo da corrida eleitoral para 2002, dentro de dois anos, haverá tempo para soldar o anel e recuperar o encanto perdido?
Se fosse bijuteria, daria. Mas, como é jóia rara...


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