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VÔO TURBULENTO
A aviação civil brasileira tem
sofrido com recorrentes crises,
especialmente depois que o setor começou a ser liberalizado e desregulamentado em meados dos anos 90.
No passado, a aviação civil foi considerada em todo o mundo um setor
estratégico. A manutenção da soberania sobre o espaço aéreo e o risco
de espionagem fizeram os vôos domésticos serem geralmente operados por empresas nacionais, que se
serviam de subsídios e sob rígidos
esquemas regulatórios.
A partir dos anos 80, vários países
promoveram diferentes graus de liberalização e desregulamentação.
Muitas empresas grandes -o caso
mais notório foi o da PanAm- não
suportaram a radical mudança em
um setor altamente intensivo em tecnologia e capital.
Nesse contexto, a adaptação das
empresas brasileiras a um mercado
competitivo é ainda mais difícil. Afinal, elas têm maior dificuldade de capitalização e sofrem com um alto risco cambial, que incide sob parte expressiva de seus custos.
Além disso, as principais companhias aéreas brasileiras sofreram
grandes prejuízos nos anos 80 em razão de terem sido obrigadas a operar
com tarifas artificialmente congeladas. Por isso uma empresa já foi indenizada em cerca de R$ 600 milhões e outras continuam na Justiça
para obter reparação semelhante.
Apesar de todas as dificuldades, é
preciso lembrar que, segundo especialistas, o volume de passageiros e,
principalmente, o tamanho das distâncias percorridas fazem do Brasil
um dos cinco principais mercados
mundiais de vôos domésticos.
Assim, é de esperar que -após um
período de adaptação, que pode levar
a significativas reestruturações administrativas, operacionais e societárias- a aviação civil brasileira encontre o caminho para reduzir custos e preços, expandir sua atuação e
se tornar lucrativa.
Para isso, porém, é preciso que a
nova realidade da aviação civil tenha
regras estáveis e bem definidas.
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