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EDUCAÇÃO ADULTA
Dados preliminares do
Censo Escolar do Ministério
da Educação mostram que a educação de jovens e adultos foi o nível de
ensino que mais cresceu no país em
2003. De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais do MEC), responsável
pelo censo, as matrículas de jovens e
de adultos, isto é, de pessoas acima
da chamada idade escolar (7 a 14
anos no ensino fundamental e 15 a 17
anos no médio), cresceram 12,2%
neste ano em relação a 2002.
Existem várias hipóteses para explicar o fenômeno. A mais interessante
delas sustenta que o aumento de matrículas é uma consequência da crescente demanda por escolarização.
Tanto o mercado de trabalho como a
sociedade estariam pressionando a
população sem instrução formal a
obter escolarização. Quadros de alto
desemprego como o atual levariam
pessoas a aperfeiçoar sua escolarização e, por conseguinte, sua "empregabilidade", para utilizar um termo
que entrou em voga recentemente.
As chamadas "vítimas do fracasso
escolar", isto é, alunos que repetiram
várias vezes de ano, também representam uma categoria que estaria a
engrossar as matrículas na rubrica
jovens e adultos, já que ela permite a
conclusão dos estudos em tempo
mais curto do que o curso regular.
Existe também uma explicação de
ordem técnica. De 1998 a 2001, para
não perder verbas a que teriam direito na proporção de suas matrículas,
Estados e municípios contabilizavam jovens e adultos como alunos
regulares. A partir de 2001, mudanças nas regras de repasses corrigiram
parcialmente essa situação e, em alguns Estados, os jovens e adultos
voltam a ser computados separadamente dos alunos regulares. As estatísticas estariam agora se tornando
paulatinamente mais realistas.
Aos poucos a sociedade brasileira
vai percebendo a importância da
educação formal, e mais e mais adultos procuram sanar suas deficiências
de formação. Trata-se em princípio
de uma boa notícia, mas que só reforça a importância de melhorar a
qualidade do ensino público. Deixar
de fazê-lo equivaleria a reduzir a demanda por mais ensino a um ritual
burocrático vazio, o que seria um crime contra a educação.
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