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FERNANDO RODRIGUES
Agora é Lula x Serra
BRASÍLIA - O eleitorado recorde
de 8,2 milhões e os atores envolvidos (DEM-PSDB contra PT) fazem
da disputa pela Prefeitura de São
Paulo uma prévia perfeita da eleição presidencial de 2010.
O primeiro turno paulistano foi
atípico. O tucano José Serra manteve-se distante. Não poderia apoiar
ao mesmo tempo dois candidatos,
Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto
Kassab (DEM). Do lado petista, Lula se dividiu entre dezenas de aliados pelo país. Agora, o tucano e o
petista entrarão com vigor na campanha, um contra o outro.
Na trincheira do Democratas, há
euforia com o primeiro candidato
próprio numa reta final em São
Paulo. Não se faz segredo sobre a
meta política futura. "Nosso objetivo é tirar o PT do poder federal. O
sucesso de Kassab consolida a
aliança DEM-PSDB e comandará a
eleição para presidente em 2010",
diz Jorge Bornhausen, o dirigente
histórico do DEM.
Do lado do PT, a direção sabe o
quão agourento seria perder a
maior cidade do país pela segunda
vez seguida, justamente para os
partidos mais antagônicos ao lulismo. Uma derrota reduziria o impacto dos números preliminares de
ontem indicando bons resultados
para os petistas pelo país.
O PT baterá neste ano o seu recorde de cidades governadas. O partido é o único a registrar crescimento a cada eleição municipal, de maneira contínua, desde 1985. Essas
marcas nada desprezíveis ficarão
abaladas se a aliança demo-tucana
faturar a capital paulista.
O segundo turno em São Paulo
medirá a capacidade de José Serra e
de Lula para transferir votos. Trata-se de um fenômeno complexo em
política. O PT tem um obstáculo
adicional. A massa de eleitores mais
pobres na periferia paulistana tende a depender menos dos programas assistencialistas federais do
que no Nordeste. O desafio para
Marta Suplicy é enorme.
frodriguesbsb@uol.com.br
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