São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

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FERNANDO RODRIGUES

O PSDB paulistano

BRASÍLIA - O PSDB não tem hoje um quadro com chance de vitória e disposto a entrar na eleição para prefeito de São Paulo.
Esse cenário é similar no Rio e em Belo Horizonte, mas é mais dramático na capital paulistana.
O PSDB nasceu em São Paulo. Nunca governou a cidade. O governador Geraldo Alckmin apresentou nesta semana os nomes de seis possíveis candidatos tucanos. O grupo foi apelidado de "ordem unida". É uma referência à pontuação que seus integrantes alcançam em pesquisas eleitorais -um, dois, um, dois.
O único nome pronto do PSDB para essa disputa é o de José Serra. Está fora do grupo de Alckmin.
Criticado pelo seu desempenho na eleição presidencial de 2002, quando foi derrotado por Lula, Serra reapareceu agora no cenário político saudado até por pefelistas como o único nome possível para derrotar Marta Suplicy e o PT em outubro.
As indicações são de que Serra não entrará na disputa. É compreensível. Teria a obrigação de vencer. É ruim entrar em um jogo com essa missão sempre intangível.
Outros fatores colaboram para Serra se afastar da eleição paulistana:
1) adeus, Planalto - se ganhar, ficará acorrentado ao cargo. Teria dificuldade para justificar uma renúncia um ano e quatro meses depois, em abril de 2006, para disputar a Presidência da República;
2) carimbo de perdedor - se perder, terá sido sua terceira derrota. Serra já perdeu as eleições para prefeito de São Paulo em 1988 e 1996;
3) revés extra - há o risco, nunca desprezível, de um fracasso acachapante. O eterno candidato Paulo Maluf parece disposto a uma nova derrota. Pode ir ao segundo turno contra Marta Suplicy. Restaria a Serra, nesse caso, um tímido terceiro lugar.
Tudo somado, sobra a incompetência do PSDB. Governou o Brasil e o Estado de São Paulo por oito anos e não tem perspectiva eleitoral favorável na principal cidade do país.


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