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AVANÇO DA AIDS
A epidemia de Aids continua
crescendo em ritmo preocupante no mundo. Só no ano passado, quase 5 milhões de pessoas contraíram o vírus causador da moléstia,
segundo o mais recente relatório das
Nações Unidas sobre a doença. As
estatísticas globais impressionam: o
número de pessoas vivendo com o
HIV cresceu de 35 milhões em 2001
para 38 milhões em 2003. No ano
passado 3 milhões morreram por
causas ligadas à Aids. Desde que surgiram os primeiros casos, em 1981, a
síndrome já matou 20 milhões.
A situação é mais grave na África
subsaariana. Com apenas 10% da
população mundial, essa região concentra quase 2/3 dos casos de Aids.
Dos 3 milhões de mortes registrados
em 2003, 2,2 milhões foram na África, que, por ser a porção mais pobre
do planeta, é a que oferece pior tratamento médico para as vítimas.
Os olhos dos epidemiologistas,
contudo, voltam-se para a Ásia, onde
o perfil da epidemia assume características inquietantes. Estima-se que
7,4 milhões de pessoas vivam com o
vírus na região. Mas só no ano passado o número de novas infecções foi
de 1,1 milhão -um incremento de
quase 20%. Os países onde a doença
se espalha mais rapidamente são a
China, a Indonésia e o Vietnã.
O que assusta é que a Ásia é lar de
60% da população mundial. Se a epidemia assumir nessa região padrões
apenas próximos aos da África, o resultado seria uma mortandade nem
ao menos imaginada até agora.
O Brasil, palco de tantas mazelas,
soube lidar bem com a epidemia de
Aids. Recebe menções elogiosas da
ONU tanto no campo da prevenção
como no do tratamento aos doentes.
O próprio governo brasileiro estima
que a distribuição gratuita de drogas
anti-retrovirais resultou numa economia de US$ 2,2 bilhões que teriam
sido gastos com internações hospitalares de portadores do HIV. Tamanho sucesso engendra uma pergunta
incômoda: por que não se conseguem resultados semelhantes com
tantas outras doenças?
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