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MAIS TORTURAS
Os relatos de ex-prisioneiros
da base militar de Guantánamo -transformada em campo americano de prisioneiros após a guerra
no Afeganistão- apenas reforçam a
opinião de que a tortura é uma prática corrente em algumas prisões
mantidas pelas Forças Armadas dos
EUA. De acordo com relatório de advogados britânicos e norte-americanos, o tratamento dispensado aos
presos de Guantánamo segue a mesma linha dos maus-tratos e humilhações amplamente praticados na prisão de Abu Ghraib, sob controle norte-americano, no Iraque.
A julgar pelo documento divulgado
pelo Centro de Direitos Constitucionais, no campo de Guantánamo a
conduta adotada seguiria um regime
brutal, porém cuidadosamente administrado pelos militares, no qual
os abusos seriam distribuídos com
precisão para causar "impacto máximo" no moral dos prisioneiros.
Nesse sinistro sistema de aviltamento, os prisioneiros de formação
muçulmana mais rígida deveriam
ser submetidos a humilhações e abusos de caráter sexual, enquanto aos
demais eram reservados os maus-tratos de ordem física.
Lamentavelmente, ao que tudo indica, a semelhança com o que foi flagrado nas fotografias de militares
norte-americanos em ação no presídio iraquiano não é obra do acaso. É
sintomático que o general Geoffrey
Miller, comandante de Guantánamo
até agosto do ano passado, tenha sido designado para administrar Abu
Ghraib. Há indícios de que Miller teria dito a seus subordinados que pretendia transformar a prisão iraquiana em centro de coleta de inteligência e "guantanamizar" a operação.
Se comprovada a veracidade dos
depoimentos, pode estar próxima a
confirmação das suspeitas de que as
ordens vinham, tácita ou diretamente, de cima, o que seria mais um embaraço para o presidente George W.
Bush e um novo golpe contra a imagem dos EUA no mundo.
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