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![]() São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES O Mercosul e a reforma tributária
MISABEL ABREU MACHADO DERZI
A reforma tributária deve preparar o Brasil para a mundialização, dando ao país os instrumentos necessários de proteção -tributação equânime dos importados; fortalecimento da integração nacional com o fim da guerra fiscal; uniformização da legislação do ICMS; não-cumulatividade ampla dos tributos incidentes sobre o consumo; capitalização das empresas nacionais com uma política de desoneração dos investimentos... Todos aqueles que não adotam uma visão tendenciosa sabem que o fim da guerra fiscal não beneficia apenas poucos Estados da região Sudeste, como se divulga imprudentemente. Certos governadores de Estados mais pobres estão aprisionados à demanda empresarial de incessantes benefícios, obrigam-se a mais incentivos autofágicos, vêm diminuir cada vez mais a base tributária do ICMS e, em contrapartida, para manter a arrecadação, castigam o seu povo com alíquotas altíssimas sobre as operações com alimentos, energia elétrica, combustíveis e comunicações. Até quando? Sabem todos que os Estados mais ricos (em especial se unidos) venceriam qualquer guerra fiscal com os demais, se nela entrassem agressivamente. Sabem todos que o Supremo Tribunal Federal não é instância própria para solucionar uma guerra generalizada e desintegradora da Federação. A reforma é necessária e urgente. Representa uma vitória, no momento, da Câmara dos Deputados. Comandada pelo deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) e apoiada por líderes de vários partidos, mesmo da oposição -não importam os defeitos que ainda tenha, a serem corrigidos no Senado-, ela prepara a integração do Mercosul e da América Latina. No dizer do mestre Souto Maior Borges, que o Brasil inteiro reverencia, essa deveria ser a preocupação maior, embora esse seja o ponto mais negligenciado pelos críticos da reforma. No Senado, que não é a casa de governadores nem a casa dos Estados isolados, mas a casa da Federação e do povo brasileiros, espera-se o fortalecimento dos resultados já obtidos, com maior rapidez. Certamente a Câmara Alta poderá garantir a integração do mercado brasileiro, fecundar a harmonia federativa e lançar o Brasil na liderança da amizade e da força latino-americanas. Misabel Abreu Machado Derzi, advogada, professora de direito financeiro e tributário da UFMG, é presidente da Abradt (Associação Brasileira de Direito Tributário). Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Roberto Requião e Assis Corrêa: O risco Paraná Próximo Texto: Painel do leitor Índice |
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